Mão-pé-boca: o que pais e escolas precisam saber sobre doença comum na infância

Mão, pé e boca
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Comum em crianças com menos de cinco anos, a doença mão-pé-boca costuma causar preocupação entre pais, e escolas, especialmente durante os períodos mais quentes do ano, como primavera e verão. Segundo o infectopediatra Igor Araújo, que atua no Hospital Estadual da Criança (HEC), trata-se de uma infecção viral contagiosa do tipo enterovirose, ou seja, que afeta o intestino e pode se manifestar com diferentes combinações de sintomas.

Mão, pé e boca
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Não necessariamente precisa acometer a mão, o pé e a boca, como a gente fala. Eu posso pegar só na mão e pé, só boca e pé. Às vezes pode pegar mão, pé, boca e nádega”, explicou o médico.

As lesões são parecidas com as da catapora, mas com uma diferença importante para ajudar na identificação. “A catapora é mais centralizada. Então ela acomete mais tronco, barriga, costas, cabeça. O da criança vai ser um pouquinho mais disseminado para as extremidades. Então vai começar na mão, no pé e na boca”.

No dia a dia, os casos aumentam nas creches e escolas devido à convivência próxima entre as crianças. A principal recomendação é o afastamento temporário dos pequenos que apresentem sintomas.

Pediatra Infectologista - Igor Araújo - Mão, pé e boca
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Estou com alguns pacientes desde dezembro até agora, e a gente aumentou mais pelo retorno das aulas. Então, contato muito próximo de crianças com crianças. Orientamos que na hora que tiver com suspeita, tanto da família, quanto da creche, afasta essa criança, porque sabemos que existe a transmissão de uma criança para outra, então a melhor maneira de evitar é quebrar o ciclo ”, explicou o médico ao Acorda Cidade.

Atenção aos sinais de alerta

Os sintomas mais comuns incluem o aparecimento de aftas na boca, feridinhas nas mãos e nos pés, que podem evoluir para bolhas (pústulas) e, depois, para a formação de crostas. Além disso, a criança pode apresentar febre, irritabilidade, perda de apetite por conta das feridas na boca e, em alguns casos, vômitos e diarreia.

“A criança pode não ter uma boa alimentação, porque está cheia de ferida na boca, ou diarreia e vômito, que pode acontecer e a criança vir a desidratar. A maior preocupação vai ser nesse processo onde a criança não vai estar se hidratando e o risco que você tem para o estado geral dessa criança, não apenas pela lesão de pele”, alertou o médico.

Mão, pé e boca
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A infecção bacteriana também pode ser uma possível complicação da doença. “Mão suja, coçou aquela feridinha, infeccionou, evoluindo para a infecção bacteriana”, pontuou.

Transmissão e prevenção

A doença é altamente contagiosa, com transmissão direta por meio do contato com as lesões, saliva, gotículas da respiração ou fezes da criança infectada. Por isso, a higiene, principalmente das mãos, continua sendo a principal medida de prevenção.

“A gente não tem uma vacina, então a maior preocupação que a gente tem que ter hoje para a gente evitar a transmissão, é higiene das mãos. Então higienização, saneamento básico, tudo isso vai ajudar”, reforçou.

A transmissão também é alta quando as lesões estão secas.

Evolução e cuidados

A boa notícia é que, na maioria dos casos, a doença tem recuperação rápida. Para isso, umas principais indicações é evitar coçar os locais das lesões para não espalhar a infecção e quebrar o ciclo do vírus. “Mais ou menos o quinto dia é o pico da evolução, a partir do quinto dia ela já vai começar com curva de melhora. Do sétimo dia até o décimo, ela já vai estar com as lesões secas, que inclusive, é o que a gente considera como tempo de transmissão”, explica o infectopediatra.

O tratamento é sintomático, ou seja, voltado para aliviar os desconfortos, pois ele alivia os sintomas, mas não trata a doença. “Se está com dor, remédio para dor, se está com alergia, coceira, um remédio antialérgico e se tiver algum processo infeccioso, procurar ajuda médica porque a gente precisa entrar com antibiótico.” Ele ainda cita a laserterapia como uma opção que pode ajudar na cicatrização e na redução do tempo das lesões.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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