A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (13) que o preço da gasolina e do diesel no Brasil não são mais baixos por conta das privatizações ocorridas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do comportamento das distribuidoras de combustíveis do país. Segundo ela, por mais que a Petrobras reduza o preço dos derivados de petróleo que ela produz, ele não cai para o consumidor.
Chambriard lembrou que, durante o governo Bolsonaro, a Petrobras “perdeu poder sobre a ponta”, ou seja, privatizou sua participação no mercado de distribuição e revenda de combustíveis. A executiva não entrou em detalhes sobre como isso ocorreu. O fato é que, em 2019 e 2021, a estatal vendeu para a Vibra o controle sobre a rede de postos BR.
“A Petrobras era uma empresa verticalizada. Produzia petróleo, refinava seu petróleo e entregava combustível ao consumidor final. Hoje ela não faz mais isso”, afirmou ela, em entrevista coletiva concedida após a divulgação do lucro trimestral da empresa.
Sem controle sobre a distribuição e revenda, perdeu poder sobre os preços finais. Com isso, por mais que a estatal tenha reduzido em 11% o preço da gasolina e em 26% o preço do diesel desde o início de 2023, isso não se reflete nas bombas dos postos.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em janeiro de 2023, o litro da gasolina custava R$ 5,31 no país, em média. Hoje, custa R$ 6,50 – 22% a mais.
Já o litro do diesel custava R$ 6,41 Hoje, custa R$ 6,13 – apenas 4,3% a menos.
“Reduzimos em R$ 0,45 o preço do litro do diesel a partir de 1º de abril. E isso não está sendo percebido pelo consumidor final”, ratificou o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser.
Cobranças
Chambriard recomendou que os consumidores questionem os postos sobre o motivo das reduções de preços da Petrobras não chegarem às bombas.
A executiva disse estar especialmente preocupada com o caso da Vibra. A empresa comprou a rede de postos BR e segue usando a marca da Petrobras. Apesar disso, vende combustíveis com preço elevado.
“Essa questão está no nosso radar. Mas isso está em contrato. O respeito em contratos está em nossa crença”, explicou ela. “Nossa marca está sendo divulgada e espalhada pelo Brasil vendendo gasolina com preço acima do esperado”, lamentou.
Procurada pelo Brasil de Fato, a Vibra não comentou as declarações de Chambriard.