Acidentes de moto: HGCA registra mais de 600 atendimentos no primeiro trimestre de 2025

Acidente no bairro Queimadinha
Ilustrativa | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Em pleno Maio Amarelo — mês voltado à conscientização para a segurança no trânsito — os dados do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, acendem um alerta: apenas nos três primeiros meses de 2025, a emergência do hospital já contabiliza 634 atendimentos por acidentes de moto. O número impressiona pela gravidade e a permanência das ocorrências: são mais de cinco motociclistas feridos por dia.

Neste ano, a campanha Maio Amarelo traz o tema “Mobilidade humana, responsabilidade humana. Desacelere: seu bem maior é a vida.” A proposta é clara: frear o ritmo, pensar no outro e em si, e entender que cada segundo no trânsito pode ser decisivo. Em Feira, os dados reforçam essa urgência.

Números em crescimento

A comparação com o ano passado é alarmante. Segundo dados do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do HGCA (NHE/HGCA), em 2024, 2.853 motociclistas deram entrada na emergência do HGCA após acidentes — um volume que quase dobrou em relação a anos anteriores. Agora, com mais de 600 casos registrados em apenas três meses de 2025, o município segue um ritmo preocupante, que pode levar o ano a fechar com números tão altos quanto ou até superiores aos de 2024.

HGCA
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Os acidentes com carros também mantêm uma tendência crescente: foram 298 registros em 2024 e 55 até abril de 2025.

Feira de Santana não está sozinha nesse cenário preocupante. Os dados nacionais mostram que o trânsito brasileiro segue sendo uma das principais causas de mortes e hospitalizações no país. Segundo o DataSUS, do Ministério da Saúde, em 2023 quase 35 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil — o que representa uma morte a cada 15 minutos.

Nas rodovias federais, em 2024, a Polícia Rodoviária Federal registrou 73.121 acidentes, com 6.160 mortes, um aumento de 10% em relação ao ano anterior.

O risco sobre duas rodas

A alta nos acidentes envolvendo motos chama atenção. Ainda conforme dados do HGCA, em 2024, 75% dos acidentes registrados na emergência foram por queda de moto. O último caso que ascendeu o alerta na cidade, foi a morte de Marizete Almeida Vitória, de 51 anos, que estava na garupa de uma motocicleta e foi atingida por uma carreta após cair do veículo. O caso aconteceu na altura do viaduto Portal do Sertão, na BR-324.

O número de motocicletas em circulação cresceu em todo o país, principalmente como ferramenta de trabalho para entregadores e mototáxis. Essa realidade, associada à pressa, imprudência, ausência de equipamentos de proteção e falhas na sinalização urbana, contribui para um cenário de risco alarmante.

Por isso, o Maio Amarelo é um chamado à consciência coletiva. O trânsito é feito por pessoas e para pessoas. A ideia de “desacelerar” vai além da velocidade dos veículos. É um convite a pausar, refletir e agir no dia a dia com mais empatia.

Em Feira de Santana, a realidade dos hospitais mostra que essa mudança é urgente. Cada entrada na emergência representa uma vida impactada e muitas vezes para sempre. Seja condutor, pedestre, ciclista ou passageiro, a responsabilidade no trânsito é de todos.

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