Hipertensão: doença silenciosa afeta mais de 50 milhões de brasileiros

Hipertensão arterial
Foto: Freepik

A hipertensão arterial, ou o que muitos conhecem como “pressão alta“, é uma das doenças mais perigosas da atualidade.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), ela atinge 1,28 bilhão de adultos em todo o mundo, sendo mais de 50 milhões deles brasileiros. Para aumentar a conscientização e tornar os riscos da doença mais conhecidos, o dia 17 de maio foi escolhido como Dia Mundial da Hipertensão.

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Mas afinal, você sabe o que é a hipertensão e seus reais perigos?

O que é hipertensão?

A hipertensão é caracterizada pela elevação da pressão sanguínea nas artérias. Ela é uma doença crônica, ou seja, sem cura, porém com tratamentos para controle.

De acordo com o médico Renato Serpa, coordenador da Cardiologia e da Hemodinâmica do Hospital Santa Rita, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) ocorre quando a pressão arterial se mantém igual ou superior a 14/90 mmHg (milímetros de mercúrio) em múltiplas aferições. A pressão normal considerada ideal gira em torno de 120/70 mmHg.

A hipertensão é uma condição traiçoeira que pode evoluir sem sintomas por anos, até causar danos irreversíveis. A elevação da pressão força o coração a trabalhar com mais intensidade para bombear o sangue, o que pode danificar os vasos sanguíneos ao longo do tempo e comprometer o funcionamento de órgãos vitais.

Ele ainda ressalta que a hipertensão é o principal fator de risco para a doença cardiovascular, a principal causa de morte global.

Quais as principais causas da pressão alta

Segundo o especialista, estudos epidemiológicos apontam que fatores genéticos, ambientais e comportamentais contribuem diretamente para o desenvolvimento da pressão alta.

Alguns fatores que favorecem o surgimento da doença são:

  • Histórico familiar de hipertensão;
  • Idade avançada;
  • Obesidade e sobrepeso;
  • Alimentação rica em sódio e pobre em potássio;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Estresse crônico;
  • Problemas renais e metabólicos associados, como o diabetes tipo 2.

Como é feito o diagnóstico

Segundo o especialista, o diagnóstico é feito por meio da aferição sistemática da pressão arterial, com aparelhos validados. Além disso, o acompanhamento regular é essencial para a identificação precoce.

“O rastreamento deve ser feito regularmente em adultos a partir dos 18 anos, com maior frequência em pessoas com fatores de risco”, enfatiza.

O uso de monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA) ou monitoramento residencial (MRPA) é cada vez mais recomendado para uma avaliação precisa. Entretanto, é necessário seguir algumas recomendações antes de aferir a pressão.

Como “medir a pressão” de forma correta

Renato Serpa indica algumas ações essenciais para garantir resultados precisos na hora de aferir a pressão. São elas:

  • Esvaziar a bexiga;
  • Evitar fumar nos 30 minutos anteriores;
  • Manter o braço apoiado na altura do coração;
  • Estar em repouso por pelo menos cinco minutos antes da medição.

“Essas precauções são essenciais porque, ao não segui-las, o organismo pode liberar hormônios que interferem nos níveis de pressão arterial”, explica.

Hábitos que evitam a hipertensão

De acordo com o especialista, sabe-se que apenas 42% das pessoas com hipertensão são diagnosticadas e recebem tratamento adequado. “Os números revelam, ainda, que menos de um em cada cinco indivíduos com hipertensão tem a pressão arterial controlada”, disse o médico.

A boa notícia é que a hipertensão pode ser prevenida e, quando diagnosticada, controlada com mudanças no estilo de vida ou uso de medicamentos prescritos por um cardiologista.

Algumas atitudes como prática de exercícios físicos, alimentação balanceada, gestão do nível de estresse, redução do consumo de sal, abandono do cigarro e uma boa qualidade do sono são essenciais no controle da doença.

Pequenas mudanças de comportamento, mesmo diante do silêncio da doença hoje, podem fazer toda a diferença e evitar grandes complicações no futuro. O maior desafio é convencer os pacientes a tratar uma condição que não apresenta sintomas aparentes. Porém, ignorar o tratamento pode resultar em consequências sérias, e até fatais.

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