
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa causada por um vírus da família Paramyxoviridae. Apesar de existir uma vacina de prevenção, ele continua sendo uma das maiores causas de morte entre crianças no mundo.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2017, foram registrados 110 mil óbitos pela doença. A maioria entre crianças com menos de 5 anos.
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Mas afinal, por que uma doença, que já possui forma de prevenção, ainda é tão perigosa?
Os perigos do sarampo
Segundo a enfermeira e Preceptora de estágio do Centro Universitário Estácio de Vitória, Maria Aparecida Alves Gaudio, o sarampo é uma doença contagiosa que pode causar diversas complicações.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa e pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite e até a morte. Os principais sintomas são bem parecidos com os de um resfriado comum ou gripe, com febre maior do que 38 graus, tosse, coriza, inflamação nos olhos, incômodo, a incidência de luz, presença de manchas avermelhadas na pele.
Apesar do seu potencial de contágio, o último caso de sarampo no Espírito Santo foi registrado há cinco anos. Entretanto, alguns casos esporádicos foram registrados em outros estados.
Segundo o Ministério da Saúde, foram confirmados dois casos no Rio de Janeiro, em bebês gêmeos, ainda sem idade para vacina, um no Distrito Federal, em uma mulher adulta que provavelmente foi infectada em uma viagem ao exterior, um em São Paulo, em um homem adulto já vacinado e que não precisou de internação e um no Rio Grande do Sul, também homem adulto.
Já considerando todos os países na região das Américas, segundo a OMS, foram registrados 2.318 casos, um aumento de 11 vezes em comparação ao mesmo período de 2024.
Apesar dos casos no Brasil se manterem baixos, a enfermeira alerta para a importância da vacina nestes dados.
A importância da vacina
A vacina Tríplice Viral, oferecida pelo Ministério da Saúde, imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola e é oferecida nas unidades de saúde dos municípios.
Segundo a especialista, a vacina é recomendada partir de 12 meses até 59 anos. A contraindicação é para crianças menores de 6 meses de idade, usuários com imunodeficiência clínica ou laboratorial grave e gestação.
“Reforçamos a importância de manter a vacinação em dia, especialmente para crianças a partir de 12 meses, além de adolescentes e adultos que ainda não receberam as doses recomendadas. Os números no Brasil são baixos, mas sem vacinação não há garantia”, explicou.
Ela ainda explica que as reações adversas da vacina são leves e que isso não deve afastar as pessoas da sala de vacinação. “Ela pode causar, dentro de 24 horas da vacinação, dor leve e sensibilidade no local da administração”, ressaltou.
Brasil ainda é país livre de sarampo
Em 2016, o Brasil recebeu a certificação de país livre de sarampo, entretanto, com a baixa cobertura vacinal e o grande fluxo imigratório, o país passou por um grande surto de casos nos anos seguintes, perdendo o selo.
Já em 2024, após cumprir uma série de critérios, como aumentar a estratégia de vacinação e demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, a OPAS concedeu a reverificação ao Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, os casos confirmados no ano não afetam a verificação, mas acende um alerta para a importância da população manter o calendário de vacinas atualizado.