Servidores da Fundação Casa, em SP, cobram Tarcísio: ‘Só dá prioridade para vender serviço essencial do estado’

Trabalhadores do Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa), em São Paulo (SP), estão em estado de greve desde sábado (24), como forma de pressionar o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) a avançar nas negociações com a categoria sobre aumento salarial e mais segurança no trabalho.

“Nossa pauta é extensa, temos problemas graves e históricos como falta de segurança no local de trabalho. É muito comum trabalhadores serem agredidos e até mortos no local de trabalho”, afirma o presidente Sindicato da Socioeducação de São Paulo (Sitsesp) Neemias Souza, ao Brasil de Fato. Ele diz que o sindicato deu 15 dias para o governo propor uma nova rodada de negociações com propostas que atendam as reivindicações, mas “nenhum convite chegou”.

“O governador Tarcísio Freitas parece só dar prioridade quando é algo relacionado a vender algum bem ou serviço essencial do Estado.”

“Ainda no mês de janeiro, foi aprovada oficialmente a pauta de reivindicação, deliberada em assembleia pelos trabalhadores. Nossa data base é 1º de março, nos meses de março e abril aconteceram 13 rodadas de negociação, o que é um fato novo, nunca haviam acontecido tantas rodadas de negociação, foram 36 horas”, disse Souza. Segundo ele, outro ponto de reivindicação da categoria é a “discrepância salarial”.

“Temos casos de um servidor ganhar um salário 10 vezes maior que o outro. Nossa preocupação é com a grande maioria que recebem salários baixíssimos e que não são suficientes para suprir as necessidades de suas famílias.”

A Fundação Casa surgiu em 2006, como forma de substituir a Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), após a aprovação de uma lei estadual para adequar a instituição ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento. Socioeducativo (Sinase). Segundo presidente do sindicato, as negociações deste ano estão num nível que “nunca havia acontecido antes” devido à extensão que o processo já dura.

A respeito das diferenças salariais, a fundação afirma que “desde 2022, os servidores receberam reajuste salarial acumulado de 20,46%. As remunerações seguem os critérios definidos em plano de cargos e salários, conforme função, tempo de serviço e enquadramento”. Sobre a questão de segurança, a Fundação Casa responde que “investe em ações preventivas e capacitação para garantir a integridade de profissionais e adolescentes”.

E diz ainda que “mantém diálogo transparente” e que nos 13 encontros citados “a maioria das 243 demandas foi atendida, e oito seguem em análise”.

A Fundação Casa atende jovens de 12 a 21 anos incompletos, como forma de oferecer medidas socioeducativas de privação de liberdade e semiliberdade, a partir de determinações da Justiça, de acordo com o ato infracional e a faixa etária do adolescente.

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