O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSD) disse que não vai mais permitir ataques verbais e outras agressões contra a ministra Gleisi Hoffmann. Romanelli, que é um dos líderes do governo Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa, deu a declaração durante o jantar em homenagem à ministra que aconteceu no último dia 30 de maio. Gleisi é alvo de constantes ataques da bancada bolsonarista no legislativo estadual. Ela está processando novamente o deputado estadual bolsonarista Ricardo Arruda (PL-PR) por ataques misóginos.
Segundo Romanelli, nem a ministra, nem outra autoridade pode ser ofendida no parlamento. “Não é possível assistirmos na tribuna da Assembleia parlamentares, cobertos pela imunidade parlamentar, desferir agressões violentas. Os líderes da Casa e o presidente Alexandre Curi estão propondo alterações em nosso Conselho de Ética para que o decoro seja mais exigível, cassando a palavra, por exemplo, de quem ofende alguém”, se comprometeu Romanelli.
O deputado disse também que outras sanções devem ser previstas diante de ataques. “ A gente precisa fazer o debate político civilizado”, completou, elogiando Gleisi: “Para nós, paranaenses, é muito importante ter pessoas de destaque junto ao governo federal. Eu acompanhei de perto o trabalho da ministra Gleisi para que Itaipu pudesse atender 100% dos municípios paranaenses”.

A declaração do deputado ocorre após a ministra ser alvo de novos ataques na Assembleia Legislativa do Paraná promovidos pelo já condenado Ricardo Arruda durante a 37ª Sessão Plenária Ordinária, ocorrida em 12 de maio de 2025. As agressões motivaram a ministra a mover um novo processo por danos morais.
Segundo a petição, o deputado proferiu acusações falsas, atrelando o nome da ministra a crimes ligados a fraudes. As falas, segundo a ação, extrapolam os limites da crítica política e visam apenas desqualificar e humilhar a ministra, em um claro ataque de cunho misógino.
“O deputado usou de sua fala para insuflar ódio. O desempenho da função legislativa não engloba a difusão de mentiras e ofensas misóginas, atitude que tampouco é perpetrada em razão do cargo parlamentar”, dizem os advogados de Gleisi Hoffmann.
Misoginia frequente
Além da ministra Gleisi Hoffman, a deputada estadual Ana Júlia (PT) é alvo de agressões verbais na Alep. Ela comentou o que acha dessa postura de alguns colegas de parlamento.
“Eu tenho muito orgulho de estar ao lado da (ministra) Gleisi e não do (deputado estadual Ricardo) Arruda. Eu me identifico com ela em lutar por justiça social e pela soberania do nosso país”, enfatizou a deputada.

Homenageada, Gleisi Hoffmann também comentou os ataques que sofre no legislativo estadual e na Câmara dos Deputados. Ela já ganhou uma ação contra Ricardo Arruda e viu o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) ser suspenso por noventa dias após ataques.
“A gente tem que enfrentar. Quando a gente tem consciência tranquila e está do lado da verdade, esses ataques não nos deixam enfraquecidos e nem nos fazem recuar. O que não nos mata, fortalece”, sustenta a ministra.