Manifesto Elekô: conexão da orixá Obá com mulheres negras permeia espetáculo de dança em cartaz no Rio

A Cia Clanm de Danças Negras apresenta o espetáculo Manifesto Elekô, que chega em cartaz para uma nova temporada no Rio de Janeiro neste sábado (7) e domingo (8) na Tijuca, na zona norte. Com ingressos esgotados, outras apresentações estão previstas para julho e agosto.

O elenco composto por sete bailarinas traz a ancestralidade das mulheres negras a partir da orixá Obá, reconhecida como uma das mais fortes guerreiras da mitologia afro-brasileira. Além disso, músicos e percussionistas com instrumentos afro e eruditos dividem o palco ao som de cantigas autorais em Iorubá e Bantu.

Ao Brasil de Fato, o diretor-geral Fábio Batista explicou que o espetáculo mistura diversas tendências das expressões artísticas negras contemporâneas. “É um espetáculo vivo que mostra uma ancestralidade presente, não no tempo passado, mas no tempo ancestral que é uma temporalidade diferente. E como essa ancestralidade influencia na resiliência dessas mulheres negras nas suas experiências de dores, falta de afeto, de esquecimento”, disse.

Para Batista, que também é diretor da Escola Carioca de Danças Negras, o elenco de Manifesto Elekô coloca muito das próprias vivências dentro do espetáculo. A orixá Obá é conhecida como a Deusa do Ébano e liderou Elekô, uma sociedade restrita a mulheres guerreiras e destemidas.

“Essas mulheres se encontram no palco, dialogam, recebem a energia e as lições dessa orixá da mitologia iorubana. É um espetáculo muito sensível, bonito, e com uma técnica muito apurada de dança e pesquisa que orgulha a gente. É uma das poucas companhias que desenvolve um trabalho que consegue reunir as nossas faculdades artísticas de se expressar, cantar, falar, tocar, dançar. E refletir sobre o que está sendo dançado, refletir sobre o que está sendo visto, apontar para um futuro melhor para essas mulheres e o povo negro do Brasil”, finaliza Fábio Batista.

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O espetáculo traz outros significados à história encenada pela primeira vez durante a pandemia ao apresentar os novos caminhos percorridos por elas. Também são tratadas questões como violência e a solidão da mulher negra. Após cada apresentação, a companhia e o diretor realizarão uma homenagem a lideranças femininas negras e bate-papo com o público presente.

No Rio, Manifesto Elekô terá outras nove apresentações nos Teatros Carlos Gomes e Nelson Rodrigues, no centro da cidade, em curtas temporadas previstas para os meses de julho e agosto. Confira abaixo as datas.

Serviço

Espetáculo Manifesto Elekô

Dias 7 e 8 de junho 

Sábado, às 19h e domingo, às 18h.

Local: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro (R. José Higino, nº 115 – Tijuca)

Ingressos esgotados

De 17 a 19 de julho 

Horário: Quinta à sábado, às 19h.

Ingressos: R$30 Inteira | R$15 meia entrada.

Serão vendidos na plataforma Sympla.

Local: Teatro Nelson Rodrigues (Av. República do Paraguai, nº 230 – Centro)

Dias 13, 14, 20 e 21 de agosto

Horário: Terças e quartas, às 19h.

Ingressos: R$30 Inteira | R$15 meia entrada.

Serão vendidos na plataforma Sympla.

Local: Teatro Municipal Carlos Gomes (Prç. Tiradentes, s/n° – Centro)

O espetáculo terá interpretação em Libras.

Classificação: 14 anos

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