Rostock, Alemanha – 7 de junho de 2025 — Com a participação de mais de 50 navios de guerra e 9.000 militares de 17 países membros da OTAN, teve início nesta semana o exercício naval BALTOPS 2025 (Baltic Operations), com manobras realizadas no Mar Báltico para fortalecer a defesa conjunta do território da aliança. A Marinha Alemã assume papel central na coordenação da operação, cuja base principal está localizada no porto naval de Rostock.
Na manhã do dia 5 de junho, uma impressionante formação de navios deixou os portos de Rostock e Warnemünde em direção às áreas de treinamento marítimo. Entre as embarcações destacam-se as corvetas alemãs “Magdeburg” e “Braunschweig”, a fragata dinamarquesa “Peter Willemoes”, um caça-minas francês, e o navio de comando norte-americano USS Mount Whitney, navio-almirante da Sexta Frota dos EUA. A fragata alemã “Bayern”, comandada pelo Capitão de Fragata Michael Klöfkorn-Dorscht, também zarpou para integrar os exercícios.
“Estamos entusiasmados por começar. Há inúmeros desafios e treinamentos complexos pela frente”, afirmou o comandante Klöfkorn-Dorscht.
O exercício BALTOPS é realizado anualmente e visa não apenas demonstrar a prontidão da OTAN diante de possíveis ameaças, mas também aprimorar a interoperabilidade entre as forças navais, aéreas e anfíbias da aliança. Segundo o comando alemão, um dos principais objetivos é harmonizar sistemas de comunicação, tecnologias e procedimentos operacionais entre os diversos países participantes.
A primeira fase da operação concentra-se em operações conjuntas de defesa marítima. Na segunda etapa, os participantes enfrentam cenários simulados de ameaças imprevistas, como falhas de comunicação, situações com múltiplas vítimas e ataques com navios e drones inimigos.
A importância estratégica do Báltico
O BALTOPS 2025 marca uma estreia importante para a Marinha Alemã: é a primeira vez que o exercício é comandado a partir da base naval de Rostock. Desde outubro de 2024, a cidade abriga o Comando da Força-Tarefa do Báltico (CTF Baltic), que coordena tanto os treinamentos do BALTOPS quanto a operação permanente da OTAN “Baltic Sentry”, lançada em janeiro de 2025 para proteger a infraestrutura crítica submarina da região.
A atenção da aliança está voltada para a Rússia, que também realiza um exercício naval simultâneo na mesma região. Após a invasão da Ucrânia em 2022 e contínuas ameaças verbais contra países membros da OTAN, Moscou é vista como uma fonte real de instabilidade. A presença militar russa no Báltico, incluindo drones de vigilância, manobras provocativas e ações da chamada “frota sombra” — composta por navios antigos operando sob bandeiras de conveniência para burlar sanções — gera tensões contínuas com os países vizinhos da aliança.
“A situação é tensa. Observamos atividades russas crescentes, incluindo tentativas de desestabilização e ameaças à infraestrutura submarina”, destacou Klöfkorn-Dorscht. “A frota sombra é suspeita de envolvimento em atos de sabotagem contra cabos submarinos de comunicação.”
Presença, dissuasão e profissionalismo
Apesar da proximidade entre áreas de treinamento, os comandantes garantem que há protocolos claros para evitar incidentes. Em caso de encontros com navios russos, a conduta segue padrões internacionais de segurança e comunicação.
“Mantemos contato profissional e buscamos sempre a desescalada. BALTOPS é justamente sobre isso: mostrar presença e dissuadir qualquer agressão, de forma eficaz”, concluiu o comandante da fragata “Bayern”.
O BALTOPS 2025 segue até meados de junho e é considerado um dos mais importantes exercícios navais da OTAN, sobretudo em um momento de reconfiguração das estratégias de defesa marítima no norte da Europa.
FONTE: Bundeswehr
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