Ato em Brasília exige libertação de ativistas da Flotilha da Liberdade sequestrados por Israel

Movimentos populares e organizações de direitos humanos se reúnem nesta segunda-feira (9), a partir das 17h, em frente ao Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para exigir a libertação imediata dos 12 ativistas internacionais da Coalizão Flotilha da Liberdade, sequestrados por Israel em águas internacionais. Entre os detidos está o brasiliense Thiago Ávila, ambientalista, internacionalista e militante histórico do Distrito Federal.

Além da libertação dos tripulantes, as organizações exigem que o Estado brasileiro rompa relações com Israel. “Vamos exigir [do governo brasileiro] medidas mais duras com o Estado Israel ,que tem tomado medidas radicais de genocídio, de aniquilamento de um povo”, apontou a coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF), Keka Bagno.

Em nota, o Itamaraty declarou estar acompanhando o caso e exigiu a libertação dos tripulantes. “Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos”, afirma o comunicado. O Brasil também cobrou o fim das restrições israelenses à entrada de ajuda humanitária em Gaza. A nota, contudo, é considerada insuficiente por organizadores do ato.

“O Brasil não pode assistir calado ao genocídio em curso. É preciso romper relações com o Estado de Israel”, defende Bagno. Ela expressou solidariedade à família de Thiago Ávila — sua companheira Lara e a filha Teresa — e reforçou o apelo por ações mais firmes por parte do governo brasileiro.

Os organizadores denunciam a cumplicidade internacional diante do massacre em Gaza e cobram coerência entre os discursos de condenação ao genocídio palestino e as ações efetivas da diplomacia brasileira. “Defender a democracia brasileira é defender o Estado palestino”, conclui Bagno.

Flotilha da Liberdade

A embarcação Madleen, da Coalizão Flotilha da Liberdade, que seguia rumo à Faixa de Gaza com suprimentos humanitários, como medicamentos, filtros de água e alimentos, foi interceptada pela marinha israelense nas primeiras horas desta segunda-feira (2). Segundo relatos dos tripulantes, drones com armas automáticas cercaram o barco e lançaram uma substância branca sobre ele. Sons perturbadores foram emitidos via rádio para desorientar os ativistas, e a comunicação foi interrompida à força. “Eles estão interferindo no rádio, não podemos pedir ajuda!”, denunciou Thiago Ávila, ativista brasileiro presente na missão.

A ação ocorre no contexto de uma ofensiva militar israelense que já deixou mais de 54 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde local, e em meio a um bloqueio à entrada de ajuda humanitária em Gaza — considerado ilegal por tratados internacionais e condenado por diversas resoluções da ONU.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel, por sua vez, confirmou a detenção do barco e dos tripulantes. Pelas redes sociais, a pasta chamou ironicamente a missão de “iate das celebridades” e disse que todos “os passageiros devem retornar para seus países de origem”. Em um vídeo compartilhado pela conta oficial da Chancelaria israelense, é possível ver os tripulantes da Flotilha recebendo água e comida.

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