Cuba adverte sobre risco de conflito nuclear e pede fim da escalada militar contra o Irã

O governo de Cuba manifestou, na quinta-feira (19), sua profunda preocupação diante da crescente escalada militar no Oriente Médio e fez um apelo ao povo estadunidense e à comunidade internacional para que se mobilizem com urgência, a fim de deter a agressão israelense contra o Irã. A ilha alertou para o risco real de que o conflito se transforme em uma guerra de maiores proporções, inclusive com possíveis consequências nucleares.

Por meio de uma declaração oficial emitida pelo Ministério das Relações Exteriores (Minrex), Havana advertiu que a atual ofensiva pode se intensificar, causando efeitos “nefastos e devastadores” para a humanidade. O comunicado reafirmou que há um risco iminente de ampliação do conflito, incluindo “a ameaça de uma agressão direta dos Estados Unidos e o perigo de que o confronto se torne nuclear ou provoque vazamentos radioativos”.

Além disso, o governo cubano reiterou sua solidariedade à República Islâmica do Irã e recordou as consequências das intervenções militares anteriores em países como o Iraque, o Afeganistão e a Líbia, que – advertiu – “deixaram um rastro de caos, violência e insegurança tanto nesses territórios quanto em toda a região”.

Diante desse cenário, Cuba lançou um apelo urgente à comunidade internacional por uma saída pacífica para o conflito, insistindo na necessidade de “diálogo e negociações sem pré-condições nem pressões externas”. Em consonância com essa mensagem, apoiou a declaração do Movimento dos Países Não Alinhados, que insta a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança da ONU a “cumprirem sua responsabilidade de preservar a paz e a segurança internacionais, cessar a agressão e agir com determinação para restaurar a paz”.

O governo cubano também exigiu “a cessação imediata dos ataques de Israel contra as instalações nucleares iranianas de uso pacífico”, classificando-os como uma “flagrante violação do Direito Internacional”, além de denunciar os danos causados à população civil como uma violação do Direito Internacional Humanitário.

No plano diplomático, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que a embaixada cubana em Teerã continua operando, embora sob medidas excepcionais de segurança. A chancelaria informou que “mulheres e crianças da nossa sede diplomática foram evacuadas, junto com três cidadãos cubanos residentes em Teerã”, enquanto a missão mantém o atendimento consular e segue monitorando constantemente a situação.

A declaração oficial encerra-se com um apelo à ação imediata diante da gravidade do momento. “Devemos agir com a urgência e a determinação exigidas por este momento. Amanhã, já será tarde demais.”

“Ninguém pode se dar ao luxo de ser indiferente”

O comunicado foi divulgado um dia após o presidente Miguel Díaz-Canel, por meio de sua conta na rede social X, alertar que “a paz mundial está em perigo” e responsabilizar tanto Israel quanto os Estados Unidos por arrastarem o mundo a “consequências imprevisíveis” devido à agressão contra o Irã. Nesse contexto, o líder cubano fez um apelo à mobilização internacional para impedir, a tempo, “um conflito internacional ou uma ameaça nuclear”.

Díaz-Canel também criticou o fato de várias potências – incluindo algumas no Oriente Médio – continuarem mantendo arsenais nucleares. Ele afirmou que “a paz total só estará garantida quando todas as nações que possuem armas nucleares, incluindo Israel, as destruírem, e for contida a louca corrida armamentista que ameaça destruir a espécie humana”.

Em suas mensagens, o presidente citou uma reflexão de Fidel Castro escrita há mais de uma década, quando o líder revolucionário alertava para os riscos de um possível confronto entre Irã e Israel.

“Quando a vida de sua espécie, de seu povo e de seus entes mais queridos corre um risco tão grave, ninguém pode se dar ao luxo de ser indiferente”, relembrou Díaz-Canel, destacando como essas palavras seguem atuais diante do cenário bélico presente.

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