
A tecnologia militar mais avançada do mundo, um jogo de palavras presidenciais e um programa nuclear que avança a passos largos. Esse é o cenário complexo que define as atuais e crescentes tensões entre os Estados Unidos e o Irã, capturando a atenção global e alimentando preocupações sobre o futuro da região do Oriente Médio.
Um movimento recente chamou a atenção de observadores militares e do público em geral: três bombardeiros furtivos B-2 Spirit, verdadeiros fantasmas tecnológicos do ar, decolaram dos Estados Unidos com destino à Base Aérea de Diego Garcia.
Esta pequena ilha, localizada no meio do Oceano Índico a aproximadamente 4800 quilômetros do território iraniano, serve como uma plataforma estratégica conjunta para o Reino Unido e os Estados Unidos.

Três bombardeiros furtivos B-2 “Spirit”, vistos sobrevoando Pasadena na Califórnia em janeiro, foram enviados para uma base militar próxima ao Irã
A chegada dessas aeronaves, capazes de transportar armamento pesado incluindo bombas nucleares e projetadas para evitar a detecção por radar, é vista como um sinal de força e uma possível preparação para ações futuras. O tempo de voo desses gigantes furtivos até o Oriente Médio, a partir de Diego Garcia, é significativamente reduzido em comparação com bases no território continental americano.
Enquanto os bombardeiros cruzam os céus, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua a ser uma voz altamente influente no cenário político. Ele expressou apoio explícito a Israel após o ataque em larga escala lançado por este país contra instalações nucleares iranianas na sexta-feira, 13 de junho.
No entanto, Trump também se distanciou de qualquer envolvimento direto na operação israelense. Suas declarações na rede social Truth Social causaram alvoroço. Em uma publicação de terça-feira, ele afirmou ter conhecimento preciso da localização do Líder Supremo iraniano, Ali Khamenei, descrevendo-o como um “alvo fácil”, mas garantindo que não seria eliminado “pelo menos por agora”. A mensagem terminou com um aviso severo: “Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando”.
A comunidade internacional observa com crescente inquietação o programa nuclear iraniano. O cerne da preocupação reside no nível de enriquecimento de urânio alcançado pelo país. O urânio natural contém apenas cerca de 0,7% do isótopo U-235, necessário para reações nucleares. Para ser utilizado como combustível em usinas de energia nuclear, esse material precisa ser enriquecido até cerca de 3,5% a 5% de U-235.
O Irã, no entanto, vem produzindo e armazenando grandes quantidades de urânio enriquecido a 60% – um salto enorme e tecnicamente muito significativo. Esse nível de enriquecimento está muito próximo do necessário para o chamado urânio de grau militar, que exige 90% ou mais de U-235. Especialistas argumentam que não existe uma justificativa civil plausível para enriquecer urânio até 60%, pois os reatores de pesquisa que poderiam utilizá-lo são raros e o Irã não possui operações comerciais desse tipo.

Os bombardeiros furtivos podem ser usados para bombardear os locais nucleares do Irã
A velocidade potencial com que o Irã poderia cruzar a linha para obter material para uma arma nuclear é assustadora. Um relatório recente, divulgado na segunda-feira, 9 de junho, pelo Instituto para Ciência e Segurança Internacional (ISIS), uma organização sem fins lucrativos que monitora questões de proliferação nuclear, apresentou estimativas preocupantes.
O instituto calcula que o Irã já possui estoques suficientes de urânio altamente enriquecido (a 60%) que, se posteriormente enriquecidos até 90%, poderiam fornecer material físsil para quase uma dúzia de bombas nucleares em apenas um mês. O relatório detalha que uma das instalações nucleares iranianas subterrâneas, localizada em Fordow, teria a capacidade de produzir uma quantidade significativa de urânio de grau militar (25 quilos) em um prazo mínimo de dois a três dias.
Combinando a capacidade de Fordow com outra instalação principal em Natanz, o Irã poderia teoricamente produzir urânio suficiente para 11 armas nucleares no primeiro mês após uma decisão de avançar, aumentando para 15 no segundo mês, 19 no terceiro, 21 no quarto e 22 no quinto mês.
A combinação da movimentação militar visível – ironicamente envolvendo os chamados aviões “furtivos” ou “invisíveis” – com as declarações inflamadas de figuras políticas importantes e o ritmo acelerado do programa nuclear iraniano cria uma atmosfera de incerteza e tensão palpável. A capacidade dos bombardeiros B-2, baseados a cerca de 5000 quilômetros do Irã, projeta um poder militar formidável.
O enriquecimento de urânio a 60% coloca o Irã em um patamar tecnológico perigosamente próximo de um limiar nuclear. Os próximos dias e semanas serão cruciais para observar como essa complexa dinâmica se desdobrará no cenário internacional já conturbado. O mundo aguarda, monitorando cada movimento e cada declaração, enquanto a sombra de um conflito mais amplo paira sobre uma região vital e instável.
Esse Todos estão apontando a mesma coisa enquanto 3 bombardeiros dos EUA decolam em meio ao conflito entre Israel e Irã foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.