Projeto Harpia protege ave gigante ameaçada de extinção na Mata Atlântica capixaba

PodNatureza com Aureo Banhos e Marcélio Cunha, do Projeto Harpia
PodNatureza com Aureo Banhos e Marcélio Cunha, do Projeto Harpia

Quem olha para o alto da copa das grandes árvores da Mata Atlântica talvez nem imagine que ali vive um dos animais mais impressionantes do planeta: a harpia, a maior águia do mundo e também uma das mais poderosas.

Com envergadura (a medida entre as extremidades das asas totalmente abertas) que pode chegar a dois metros e garras maiores que as de um urso pardo, a harpia não é só uma maravilha da natureza, é também uma sentinela da saúde das florestas tropicais.

E foi sobre essa espécie fascinante que conversamos no novo episódio do PodNatureza. Recebemos o professor Aureo Banhos, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e coordenador do Projeto Harpia Mata Atlântica, e o estudante de Biologia Marcélio Cunha, que também atua como pesquisador do projeto, uma das iniciativas de conservação mais longevas e importantes do país.

Um símbolo da Mata Atlântica e de sua preservação

Aureo é uma referência nacional e internacional na conservação da espécie e coordena a atuação do projeto no Espírito Santo e sul da Bahia. O Projeto Harpia vai completar 30 anos em 2027 e atua em frentes como pesquisa científica, educação ambiental, monitoramento por satélite e uso de tecnologias como drones e gravação de vocalizações para localizar e estudar ninhos.

Mais do que proteger um bicho ameaçado, a missão da equipe é garantir a sobrevivência de todo o ecossistema que depende dela.

A harpia se alimenta de animais arborícolas (que vivem principalmente em árvores, passando a maior parte do tempo nas copas, troncos ou raízes), como preguiças e macacos, controlando populações e ajudando a manter o equilíbrio ecológico da floresta.

E mais: ela só consegue viver em áreas extensas de mata nativa com árvores gigantes, como jequitibás e parajus, que também estão ameaçados. Proteger a harpia é proteger toda essa cadeia.

Ave não deve ser temida, mas respeitada

Mas essa proteção não está livre de desafios. Uma jovem harpia resgatada em Sooretama, cuidada e devolvida à natureza com ajuda da comunidade e de um transmissor, foi morta a tiros dez dias após sua soltura.

Um crime que escancara a urgência de levar conhecimento à população rural e combater mitos: a harpia não representa risco para animais domésticos e não deve ser temida, mas respeitada.

Um patrimônio ambiental a ser defendido por todos

Com mensagens de esperança, Aureo e Marcélio reforçam a importância do engajamento coletivo. O intuito? Garantir que as futuras gerações ainda possam ver a harpia, essa águia lendária voando livre pela Mata Atlântica.

Assista ao episódio completo no canal do Folha Vitória no YouTube e conheça de perto esse trabalho que é orgulho capixaba e patrimônio ambiental do Brasil.

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