
Criminosos utilizaram fotos da advogada Michaella Zukowski, atingida no rosto por um paralelepípedo ao passar de carro pela Rodovia do Sol, em Vila Velha, para aplicar golpes pela internet.
Utilizando as imagens da advogada, os golpistas criaram uma página de doações, para que pessoas enviassem dinheiro para tratamento. Eles utilizaram também o nome da advogada para deixar o golpe mais fidedigno.
De acordo com Michaela, ela só tomou consciência do golpe após pessoas entrarem em contato com ela para avisar que haviam realizado uma doação.
“Comecei a receber mensagens no Instagram, de pessoas falando que doaram de coração, que estavam orando por mim. Fiquei um pouco sem entender o porquê, até que chegou para mim, amigos começaram a me mandar”, disse.
Exposição na internet
A advogada realmente realizou uma campanha para doações na internet, mas isso aconteceu no ano passado. Naquela época, ela juntava dinheiro para tratar sequelas do ataque nos Estados Unidos.
Com as doações, ela conseguiu passar quatro meses em um hospital norte-americano, onde tratou os ferimentos. Apesar do sucesso, ela afirma que a exposição na internet pode ser um grande risco.
É sempre um risco a gente se expor na internet, eu falo que se no momento eu não precisasse, eu nunca teria me exposto do jeito que me expus, porque a gente sempre tem que ter os prós e os contras, e os contras estão aí. Pessoas usando minha história para poder ganhar dinheiro. Foi um golpe não só comigo e com a minha história, mas com quem doou.
A advogada registrou um boletim de ocorrência e de acordo com a Polícia Civil, o caso segue em investigação, e nenhum suspeito foi preso até o momento.
Aumento de golpes
Uma outra capixaba, a menina Yara Rohsner, também teve sua imagem exposta na internet em um golpe, que ocorreu em Brasília. Os golpistas chegaram a arrecadar R$ 60 mil.
Yara, que morreu em janeiro deste ano nos Estados Unidos, aos 7 anos, era conhecida nas redes sociais por sua luta contra um neuroblastoma, um tipo de câncer raro.
Em Guarapari, criminosos se passavam por funcionários da Secretaria de Saúde. Eles ligavam para vítimas e no final da conversa, enviavam um código de seis dígitos, caso a vítima aceitasse, tinha o celular clonado.
Nos cinco primeiros meses de 2025, o Espírito Santo registrou 9.150 casos de golpes digitais, um aumento de 10% em relação ao ano passado, onde foram 8,259. Quando se compara a 2023, o aumento é de 38%.
O professor do departamento de informática da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Vitor Souza, explica que estes golpes são aplicados porque os criminosos se aproveitam da boa fé das vítimas.
“Esse avanço na tecnologia que é benéfico em certas coisas, proporciona esses golpes, que vem também com a exploração da boa fé das pessoas, não dá para culpar essas vítimas que são enganadas”, afirmou.
*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record