
O Dia Nacional de Combate ao Diabetes, celebrado nesta quinta-feira, dia 26 de junho, chama a atenção para uma realidade preocupante: aproximadamente 20 milhões de brasileiros vivem com a doença, de acordo com estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes. Silencioso e muitas vezes subestimado, o diabetes tipo 2 pode evoluir por anos sem apresentar sintomas evidentes, o que dificulta o diagnóstico e favorece complicações graves.
A doença ocorre quando há excesso de glicose no sangue devido à produção insuficiente ou à má utilização da insulina, hormônio responsável por transformar o açúcar em energia. O sobrepeso, presente em 7 a cada 10 brasileiros, somado ao consumo de alimentos ultraprocessados, é um dos principais fatores de risco.
“Você pode estar com diabetes e nem desconfiar, principalmente se não conhece seu histórico familiar. Os sinais iniciais são sutis e facilmente confundidos com estresse ou hábitos do dia a dia. Quando o paciente procura ajuda, muitas vezes o corpo já está comprometido”, explica o endocrinologista Márcio S. Roberto, coordenador de endocrinologia do Hospital São Luiz Jabaquara, da Rede D’Or.
Confira os 9 sintomas mais comuns que podem indicar a presença do diabetes:
- Sede constante – Mesmo bebendo bastante água, a sensação de boca seca não passa.
Vontade frequente de urinar – Você acorda várias vezes à noite para ir ao banheiro? Pode ser um alerta. - Cansaço sem motivo aparente – Sensação de exaustão mesmo após uma boa noite de sono.
- Fome exagerada – Comer muito e não se sentir saciado.
- Perda (ou ganho) de peso sem explicação – Mesmo sem dieta ou mudança na rotina.
Visão embaçada ou turva – Dificuldade para focar ou enxergar nitidamente. - Formigamento nos pés e mãos – Alterações na sensibilidade periférica.
- Infecções de repetição – Candidíase, infecções urinárias ou de pele que voltam com frequência.
- Feridas que demoram a cicatrizar – Pequenos machucados que levam semanas para fechar.
“Com a rotina acelerada, sedentarismo e maus hábitos alimentares, as pessoas tendem a normalizar sinais do corpo. Se tem algo que pode fazer a diferença é prestar atenção nos ‘recados’ do organismo. Ele costuma avisar, mesmo que discretamente”, destaca Roberto.
Quando não tratado, o diabetes pode causar infartos, AVCs, insuficiência renal, cegueira e até amputações, consequências da deterioração dos vasos sanguíneos e da má circulação.
Avanços no tratamento
Apesar de incurável, o diabetes passou a contar com tratamentos cada vez mais eficazes. Medicamentos modernos ajudam a controlar a glicemia, promovem perda de peso e protegem órgãos como coração e rins.
Entre as novidades, estão os medicamentos que agem no receptor GLP-1, como o Ozempic, que regula o apetite e os níveis de açúcar no sangue, e o Mounjaro, de aplicação semanal, que também contribui para o controle metabólico.
“O diabetes é traiçoeiro, mas não é imbatível. Quanto antes for identificado, maiores as chances de manter uma vida saudável. Mudanças na alimentação, prática de exercícios, boa qualidade do sono e acompanhamento médico fazem toda a diferença”, reforça o médico do São Luiz Jabaquara.
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