Diante do Consulado dos EUA, manifestantes protestam pelos palestinos: ‘Povo não vai sair das ruas’

Segurando bandeiras e cartazes, manifestantes se reuniram para o Ato contra o genocídio palestino e as guerras promovidas por Israel e Estados Unidos. A manifestação teve início no fim manhã desta sexta-feira (27), em frente ao Consulado dos Estados Unidos em São Paulo (SP).

“Acho muito importante que a nossa manifestação seja exatamente na frente do Consulado dos Estados Unidos, porque são justamente os Estados Unidos que apoiam Israel, e juntos compõem o eixo do mal”, afirma Edva Aguilar, militante do núcleo Palestina do PT. “São eles é que promovem guerras em todo mundo, colonizações, invasões, trocas de governo’, completa.

Os manifestantes denunciavam as atrocidades cometidas por Israel e apoiadas pelo governo de Donald Trump. Nos casos mais recentes, palestinos foram assassinados enquanto buscavam por alimentos nas filas de ajuda humanitária. Somente nesta sexta-feira, 62 pessoas foram assassinadas vítimas de ataques aéreos, segundo a Defesa Civil da Faixa de Gaza.

“Um dia [Israel] começa a atacar palestinos, outro dia, o Líbano, noutro, a Síria, o Iêmen e agora começa atacar o Irã. O próximo país qual vai ser?”, questiona Hussein Khalifa, representante da comunidade islâmica.

O genocídio cometido por Israel contra o povo palestino já dura um ano e oito meses. Nesse período, mais de 50 mil pessoas foram assassinadas.

Diante do horror incessante, manifestações como esta são necessárias para “para demonstrar que o povo brasileiro não vai sair das ruas enquanto houver um genocida Netanyahu [Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel] atacando Gaza”, declara Socorro Gomes, ex-deputada federal e atualmente “militante pela paz”, como se apresenta. Ela reforça que haverá manifestações “enquanto os Estados Unidos sustentarem o genocídio, a invasão e a destruição dos povos do mundo”.

De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em maio deste ano, uma em cada cinco pessoas passa fome em Gaza. O panorama da Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), na sigla em inglês, informa que 470 mil pessoas estão enfrentando “fome catastrófica”.

“A gente sabe que uma guerra, que não dá para chamar de guerra, mas um genocídio, um projeto de holocausto de um povo, começa na alimentação’, alerta Lyn Sagaz, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em sua fala durante o ato, ela denunciou, dentre as tantas violências cometidas em Gaza, a privação de alimentos e a destruição da soberania alimentar.

“Há 77 anos (…) o território palestino, o território da Palestina invadida hoje, era um território soberano em alimentação, com um modelo de agricultura exemplar. Agora, a gente tem uma população que já foi dizimada”, diz.

Os manifestantes também cobraram ação do governo brasileiro, com cartazes e palavras de ordem pedindo para quem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rompa as relações comerciais e diplomáticas com Israel.

Cartazes

No início do ato, Aguiar e outros militantes foram interpelados por Policiais Militares. Os oficiais chegaram a pedir o recolhimento de alguns cartazes, sob a justificativa de que a haste de madeira poderia ser utilizado como arma, causando ferimentos, por ter “maior potencial ofensivo”.

De acordo com o cabo Farias, a conduta se deu de modo preventivo, devido a um desentendimento registrado entre manifestantes em um ato anterior.

Edva Aguilar com seu cartaz – Priscila Ramos/MST

“Pessoas contrárias aos ideais deles fizeram uma confusão e quase teve violência”, explica o oficial.

De acordo com o analista de sistemas Bruno Falko, que participava do ato, o caso anterior mencionado pelo policial teve início com a provocação de um pequeno grupo de defensores de Israel. “Ao invés de eles [os policiais] lidarem com os provocadores, eles ficaram aqui enchendo o saco de quem não estava querendo se identificar para poder se manifestar”, diz.

Após conversa com organizadores do ato, os cartazes foram liberados. Questionado pela reportagem sobre esse ser um procedimento padrão, o policial disse que “em cada manifestação a gente averígua a possibilidade”.

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