A mobilidade elétrica está cada vez mais presente nas ruas brasileiras. Com o aumento no número de veículos elétricos e híbridos, cresce também a demanda por uma infraestrutura adequada de recarga. Uma dúvida comum entre os motoristas é: como encontrar os chamados eletropostos com facilidade, seja em trajetos urbanos ou em viagens mais longas?
A boa notícia é que já existem diversas soluções tecnológicas que tornam essa tarefa simples e eficiente e o seu smartphone é o principal aliado nessa missão.
Aplicativos que mostram os pontos de recarga
Se você dirige um carro elétrico ou híbrido plug-in, vale a pena explorar plataformas e apps que mapeiam em tempo real os pontos de recarga espalhados pelo país. Confira alguns dos mais populares:
- PlugShare: talvez o mais conhecido entre os motoristas, o PlugShare permite visualizar eletropostos públicos e privados, filtrar por tipo de conector, ver avaliações de outros usuários e até planejar rotas com paradas estratégicas para recarga.
- ABVE: a Associação Brasileira do Veículo Elétrico mantém um mapa atualizado com diversos pontos de recarga no Brasil, disponível no site oficial. É uma fonte confiável e constantemente alimentada por informações da própria comunidade e fabricantes.
- Google Maps: sim, o bom e velho Google Maps também entrou na onda elétrica. Basta digitar “eletroposto” ou “ponto de recarga” na barra de busca, que o sistema exibe os locais próximos com dados como tipo de carregador e horário de funcionamento.
- Waze: o app de navegação mais usado no país também aderiu à mobilidade elétrica, integrando localizações de pontos de recarga à sua base de dados. Ideal para ajustar o percurso com agilidade durante o trânsito.
- BYD Recharge: o aplicativo BYD Recharge é uma ferramenta gratuita que facilita a vida de quem dirige um veículo elétrico no Brasil. Compatível com smartphones Android e iOS, o app oferece acesso a uma ampla rede com mais de 2.800 eletropostos espalhados pelo país. Com ele, é possível localizar estações de recarga próximas, checar a disponibilidade em tempo real e acessar informações detalhadas sobre cada ponto de recarga.
Carregando com planejamento
A autonomia dos veículos elétricos é suficiente para o dia a dia urbano, mas em trajetos mais longos é importante se planejar. Use os aplicativos para definir paradas estratégicas ao longo da rota e evite surpresas.
Outro ponto relevante: nem todos os eletropostos são gratuitos. Alguns exigem cadastro em plataformas específicas ou pagamento por kWh consumido. Fique atento às informações disponibilizadas no app ou no próprio local.
Entenda os custos
Hoje, nem toda recarga é gratuita. Muitas redes públicas e particulares cobram por kWh. Por exemplo, os carregadores da Shell Recharge operados pela Raízen cobram cerca de R$ 1,90 a R$ 2,10 por kWh, dependendo da velocidade do carregador, somando até R$ 100 por carga completa em um carro médio. Já em iniciativas regionais, como postos instalados em postos de parada, o custo médio varia entre R$ 5 e R$ 10 por recarga, excelente para quem faz trajetos curtos .
Outra tendência é o surgimento de centros de recarga ultrarrápida em grandes cidades, no Rio, há estações com até 240 kW, capazes de abastecer a bateria em 20 a 30 minutos.
Todos os eletropostos são iguais?
Não. Os eletropostos apresentam diferenças significativas, principalmente em três aspectos: a potência de recarga, o tipo de conector e a velocidade com que o veículo é abastecido. Confira abaixo os principais tipos disponíveis:
- Carregadores Lentos (AC): funcionam com corrente alternada e são amplamente usados em residências e escritórios. Possuem potência entre 3,7 kW e 22 kW, proporcionando recargas que podem levar de 4 a 12 horas. O conector mais comum nessa categoria é o Tipo 2.
- Carregadores semi Rápidos (AC): também operam com corrente alternada, mas com potência superior, variando entre 22 kW e 43 kW. Por isso, são capazes de recarregar um veículo em cerca de 2 a 4 horas, sendo bastante adequados para centros urbanos e estacionamentos comerciais.
- Carregadores Rápidos (DC): utilizam corrente contínua e contam com potência que varia de 50 kW a 150 kW ou mais. Permitem reabastecer até 80% da bateria em aproximadamente 20 a 40 minutos. Os conectores mais utilizados são os padrões CCS (Combined Charging System) e CHAdeMO.
- Carregadores Ultrarrápidos (DC): representam a tecnologia mais avançada em recarga, alcançando até 350 kW de potência. Nessa modalidade, é possível carregar grande parte da bateria em menos de 20 minutos, a depender do modelo do veículo e do nível de carga inicial. Os conectores mais usados são o CCS e o Supercharger da Tesla.
O futuro é elétrico
Com incentivos à eletromobilidade e investimentos em infraestrutura, a tendência é que os pontos de recarga se tornem cada vez mais acessíveis, rápidos e distribuídos. Se você ainda está considerando a troca para um carro elétrico, essa rede em expansão é um sinal positivo de que o Brasil está se preparando para o futuro sustentável da mobilidade.
O mercado de veículos eletrificados no Brasil apresentou um crescimento expressivo entre 2021 e 2024, refletindo uma transição significativa para a mobilidade sustentável. Em 2021, foram emplacados aproximadamente 35 mil veículos elétricos, número que aumentou para cerca de 46 mil em 2022, representando um crescimento de cerca de 30% em relação ao ano anterior. Esse ritmo acelerou em 2023, com 93.927 unidades vendidas, marcando um aumento de 91% em comparação a 2022. O ano de 2024 consolidou essa tendência, alcançando um recorde histórico de 177.358 veículos eletrificados emplacados, o que representa um crescimento de 89% em relação a 2023.
Desse total, 61.615 unidades foram de veículos 100% elétricos (BEV), correspondendo a 34,7% do mercado, enquanto os híbridos plug-in (PHEV) lideraram com 64.009 unidades, representando 36,1% das vendas.
| Ano | Unidades vendidas |
|---|---|
| 2021 | 35.000 |
| 2022 | 46.000 |
| 2023 | 93.930 |
| 2024 | 177.360 |
Até o final de abril de 2025, o Brasil registrou a venda de aproximadamente 13.281 veículos totalmente elétricos (BEVs), representando cerca de 75% do mercado de BEVs no país. A marca BYD lidera o segmento, com destaque para o modelo Dolphin Mini, que acumulou 6.556 unidades vendidas apenas em 2025, totalizando 26.355 unidades desde o lançamento em fevereiro de 2024. Outros modelos notáveis incluem o BYD Dolphin, com 1.961 unidades vendidas em 2025, e o GWM Ora 03, com 814 unidades no mesmo período. No total, o mercado brasileiro já emplacou mais de 100 mil carros elétricos desde o início da série histórica, com um total acumulado de 371.177 unidades, incluindo híbridos.
Esse avanço é impulsionado por fatores como a ampliação da oferta de modelos, a entrada de novos fabricantes no mercado e o aumento da infraestrutura de recarga. Além disso, políticas públicas como o programa Mobilidade Verde (Mover), que concede R$ 19,3 bilhões em créditos tributários até 2028, têm incentivado a adoção de veículos menos poluentes e a descarbonização da frota nacional. Com investimentos de R$ 117 bilhões anunciados pelas montadoras até 2030, o Brasil se posiciona como um polo emergente de mobilidade elétrica na América Latina, com perspectivas de crescimento contínuo nos próximos anos.
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✍️ Por Jackson Galvani
