Brasília celebra a 26ª Parada do Orgulho LGBT+ neste domingo (6)

Brasília recebe neste domingo (6), a 26ª edição da Parada do Orgulho LGBT+, encerrando o Festival Brasília Orgulho, que iniciou em 21 de junho, com 16 dias de programação no Distrito Federal. Seguindo a tradição do evento, a concentração será em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, a partir das 14h. A iniciativa é promovida pelo coletivo Brasília Orgulho, que atua na inclusão, visibilidade e mobilização da comunidade LGBT+ na capital.

A Parada de Brasília é considerada a terceira mais antiga do Brasil, atrás apenas das de São Paulo e Rio de Janeiro. Criada em 1998, a mobilização cresceu e, em 2018, tornou-se um festival. Neste ano, o tema escolhido foi “Juventude LGBT Periférica”, com uma programação extensa que inclui atividades ligadas à literatura, esportes, moda, economia criativa, feira LGBT+, fotografia e outras expressões culturais.

“O festival traz como tema este ano a juventude LGBT periférica. Isso está presente em diversas ações da programação. Queremos dar visibilidade a esse segmento, às especificidades que enfrenta e aos talentos que carrega. Eles são protagonistas da nossa campanha de comunicação”, afirma Welton Trindade, representante do Brasília Orgulho.

Além da parada, o coletivo promove ao longo do ano a campanha “Cidade Orgulho”, que desde 2021 espalha bandeiras do arco-íris em locais públicos como forma de afirmar a identidade LGBT+ no espaço urbano. A iniciativa já recebeu dois prêmios internacionais de inovação da InterPride, rede global de organizações de Paradas do Orgulho.

Em 2024, 25ª Parada Orgulho de Brasília ocorreu em clima de comemoração à diversidade e cobranças ao poder público | Foto: Valmir Araújo

 Esplanada arco-íris

Neste ano, pela primeira vez, foram hasteadas 110 bandeiras arco-íris em postes da Esplanada dos Ministérios, no Dia Internacional do Orgulho LGBT+, celebrado em 28 de junho. As flâmulas, com 3 metros de altura por 1,5 metro de largura, tiveram parte dos custos cobertos por doações de pessoas LGBT+ de várias regiões do país.

O objetivo da intervenção foi colorir a Esplanada como forma de resposta à negligência do Congresso Nacional em relação aos direitos da população LGBT+, e aos ataques promovidos por parlamentares conservadores. Segundo Toni Reis, da Aliança Nacional LGBTI+, atualmente há 437 projetos de lei no Congresso que ameaçam os direitos da comunidade.

Outros espaços de Brasília também foram decorados com as cores do orgulho, como a Biblioteca Nacional, as escadarias da Torre de TV, e as estações de metrô da Praça do Relógio e do Shopping. As intervenções permanecem até domingo (6).

Para Igor Albuquerque, idealizador da campanha e integrante do Brasília Orgulho, o impacto da ação vai além da estética:“O arco-íris espalhado pela cidade fortalece a autoestima e o senso de pertencimento da comunidade LGBT+ e desperta na sociedade em geral o respeito à diversidade.”

Trindade ainda destaca a importância da Parada LGBT para a comunidade. “A Parada sempre cresceu em público, importância e visibilidade. Não dá para contar a história do movimento LGBT sem reconhecer a força das Paradas. Graças a elas, nossa pauta ganha mais tração e mais repercussão. Elas fortalecem o orgulho da comunidade e enviam um recado claro à sociedade: não é possível conviver com o preconceito e a discriminação,” observa.

Políticas públicas como direito 

O Brasil é o segundo país do mundo com mais direitos reconhecidos à população LGBT+, segundo levantamento da Associação Internacional Lésbica e Gay (Ilga).

“Hoje o Brasil é referência em termos de direitos LGBT+. Temos leis de identidade de gênero, proteção contra discriminação, casamento igualitário e doação de sangue garantida.”

No cenário local, o Distrito Federal ocupa o 4º lugar no ranking nacional de políticas públicas voltadas à população LGBT+. O dado é do Programa Atena 2021-2024, elaborado pela Aliança Nacional LGBTI+ e pelo Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, com base em uma escala de 0 a 5 — o DF alcançou a média de 3,71.

“Claro que ainda existem deficiências, principalmente no atendimento em saúde e segurança, mas o DF tem, de modo geral, bons serviços e estrutura para a população LGBT+”, conclui Trindade.

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