
Quarenta dos 62 municípios estão em situação de emergência, com mais de meio milhão de pessoas afetadas. Chuva agrava cheia dos rios no Amazonas
Reprodução/TV Globo
No Amazonas, a chuva da madrugada desta quinta-feira (3) agravou a cheia dos rios.
Pontes de madeira improvisadas sobre as águas carregadas de lixo já fazem parte do cenário de alguns bairros de Manacapuru, a 100 km de Manaus. O Rio Solimões ultrapassou a cota de inundação severa e voltou a subir. Quase metade dos moradores foram atingidos. Um dos bairros mais afetados é o da Correnteza. A agricultora Cristilene da Silva Melo conta que junto com a sujeira, a água do rio também levou doenças:
“Vômito, diarreia, febre. A água não está limpa. A gente tem que comprar, porque senão a gente adoece e as crianças também. É uma doença atrás da outra”.
Em um ponto, a água está quase cobrindo a ponte. Se o nível do rio continuar subindo, a prefeitura vai ter que construir outra ponte para que os moradores consigam andar pelas ruas do bairro.
Em outros locais, a água invadiu as casas. A dona de casa Francisca Faria Reis teve de subir para o andar de cima com os netos e filhos porque embaixo ficou tudo alagado. Para sair, ela precisa andar no meio da água suja.
“Pelo lixo, é isso aí, é muito rato. Esse ano deu muita cobra, até jacaré deu aí atrás. E a gente tem que estar todo o tempo atento ali, ativo, para a criança não estar aqui embaixo”, conta Francisca.
A Defesa Civil do município está prestando auxílio às famílias.
“Retiramos pessoas do local da sua residência e colocamos em outras, demos ajuda, demos aluguel social para se sustentar nesse período de enchente e assim vamos verificando no que podemos ajudar”, diz Bruno Aguiar, chefe da Defesa Civil de Manacapuru.
Em todo estado, a cheia atinge mais de meio milhão de pessoas afetadas. 40 dos 62 municípios estão em situação de emergência, 32 tiveram a situação reconhecida pelo governo federal.
A Francisca espera sair dessa realidade:
“Eu creio que um dia vai chegar, a gente sair daqui dessa área de risco, que eu creio que aqui é uma área de risco, que todo ano é isso, todo ano”.
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