
Todo mundo percebe que os dias têm durações diferentes ao longo do ano – no inverno, anoitece mais cedo, enquanto no verão, a luz do sol se estende. Mas algo ainda mais intrigante está acontecendo: nosso planeta está girando mais rápido em seu eixo, e isso está prestes a marcar o dia mais curto já registrado na história moderna. Sim, você leu certo: os dias estão literalmente encolhendo!
Normalmente, associamos um ano à Terra completando uma volta ao redor do Sol. Durante essa jornada anual, o planeta também gira em torno do seu próprio eixo exatamente 365 vezes (ou 366 em anos bissextos). Essa rotação é o que define a duração de um dia. No entanto, essa rotina cósmica não é tão imutável quanto parece. Ao longo de bilhões de anos, a velocidade de rotação da Terra variou drasticamente, com anos já contendo desde 372 até impressionantes 490 dias.
Muitos fatores influenciam essa velocidade. Mudanças no nível do mar, movimentos profundos no interior do planeta e até a gradual distância que a Lua toma de nós (afastando-se cerca de 3,8 centímetros por ano) podem causar pequenas alterações.
Mas o que está acontecendo agora é diferente. Desde 2020, cientistas observam uma aceleração inesperada, e ninguém conseguiu explicar completamente o motivo. A rotação simplesmente está ficando mais rápida de forma anômala.
Segundo Graham Jones, astrofísico da Universidade de Londres, essa aceleração pode atingir picos específicos em 2025: possivelmente em 9 de julho, 22 de julho ou 5 de agosto. O que isso significa na prática? Dias microscopicamente mais curtos. Estima-se que, nessas datas, o dia poderá ser reduzido em cerca de 1,30, 1,38 ou até 1,51 milissegundos em relação às 24 horas padrão. Para colocar em perspectiva, um piscar de olhos humano leva aproximadamente 300 milissegundos.
Embora essa diferença seja imperceptível para nós no dia a dia, ela tem consequências reais no mundo tecnológico. Sistemas de navegação por satélite, como o GPS, e protocolos internacionais para medir o tempo com extrema precisão podem ser afetados. Requerem ajustes finos para compensar essas variações na rotação do planeta.
Leonid Zotov, da Universidade Estatal de Moscou, expressou a perplexidade da comunidade científica ao declarar que ninguém esperava essa aceleração e que as causas permanecem sem explicação. Modelos que consideram a influência dos oceanos e da atmosfera não conseguem justificar essa mudança tão significativa. A suspeita recai sobre processos ainda não compreendidos no interior da Terra.
Sabemos que eventos geológicos intensos também podem causar mudanças súbitas. Um exemplo marcante ocorreu em março de 2011. Um terremoto devastador de magnitude 9,0 atingiu a costa leste do Japão. A força colossal desse tremor, o mais poderoso já registrado no país, foi tão grande que deslocou o próprio eixo de rotação da Terra em cerca de 17 centímetros!
Mais impressionante ainda: estima-se que a ilha principal do Japão (Honshu) tenha se movido aproximadamente 2,4 metros. Como explicou o Dr. Richard Gross, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, os terremotos redistribuem a massa do planeta.
É similar ao que um patinador artístico faz para girar mais rápido: ao recolher os braços junto ao corpo, concentra sua massa mais perto do eixo de rotação, aumentando a velocidade. O terremoto japonês, ao mover massas rochosas, efetivamente fez a Terra “recolher seus braços” ligeiramente, reduzindo a duração do dia na época.
Apesar da aceleração recente e do mistério que a envolve, os cientistas garantem que essa fase não será eterna. O movimento de rotação da Terra naturalmente oscila entre pequenas acelerações e desacelerações ao longo do tempo. Leonid Zotov é categórico: mais cedo ou mais tarde, o planeta vai desacelerar novamente.
A grande questão que permanece é quando exatamente isso vai acontecer e quais são os mecanismos exatos impulsionando essa aceleração atual. Enquanto aguardamos respostas, podemos ficar atentos aos relógios atômicos: eles são os guardiões silenciosos que detectam esses minúsculos, mas fascinantes, encurtamentos dos nossos dias.
Esse Cientista emite alerta de que o dia mais curto da história acontecerá em semanas, pois a rotação da Terra está acelerando foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.