
O cinema frequentemente usa cenas íntimas simuladas para contar histórias. Mas um filme recente, “The Visitor”, decidiu romper completamente com essa convenção, gerando ondas de choque e debate. Dirigido por Bruce LaBruce e estrelado por Bishop Black, esta produção não é apenas explícita – ela apresenta relações sexuais genuínas e não simuladas entre os atores, uma escolha radical que serve a um propósito muito específico e provocativo.
Lançado em 2024, “The Visitor” é uma releitura do clássico italiano “Teorema”. A premissa central se mantém: uma figura misteriosa invade a vida de uma família abastada, envolvendo-se sexualmente com cada um de seus membros. Porém, LaBruce dá um poderoso giro contemporâneo. Aqui, o Visitante é um refugiado que chega às costas da Grã-Bretanha de maneira chocante: ele emerge completamente nu de dentro de uma mala à beira-mar.
Este não é um simples filme pornográfico disfarçado de arte. Ele estreou no prestigiado Festival de Cinema de Berlim e conquistou críticas positivas de publicações respeitadas, como a Indiewire, que lhe concedeu nota máxima (um “A”) e o descreveu como “brilhantemente depravado”.
A ousadia está no método: praticamente todas as cenas de sexo são realizadas de verdade, sem simulação. E a razão por trás dessa escolha explícita é profundamente política.
O filme é uma sátira feroz e gráfica direcionada à hipocrisia da elite britânica em relação aos imigrantes. Após sua chegada dramática, o Visitante caminha pela praia enquanto o discurso racista e infame “Rios de Sangue”, de Enoch Powell, ecoa no ar. Ele então infiltra-se na casa de uma família rica, branca e de classe média alta. O que se segue são encontros sexuais explícitos com o pai, a mãe, o filho e a filha da família.
Durante essas cenas intensamente gráficas, slogans políticos são projetados diretamente na tela, deixando clara a mensagem: “Colonize o Colonizador”, “Subjugue a Britânia” e “Ergam seus Traseiros” (“Prick up your Rears”, um trocadilho com um ditado britânico).
O momento mais perturbador para muitos espectadores ocorre durante uma cena de ménage à trois envolvendo o Visitante, o pai e a filha, quando as palavras “Valores Familiares” aparecem de forma irônica. O próprio trailer do filme resume a provocação com o slogan: “Fronteiras abertas, pernas abertas”.
A experiência visual vai além do sexualmente explícito. O filme mergulha o espectador em um fluxo constante de fluidos corporais – incluindo urina, fezes e sangue – ampliando a sensação de confronto e transgressão. Essa abordagem visceral visa chocar para questionar, usando o tabu como arma política.
A controvérsia de “The Visitor” não se limitou às telas. Após a premiere, os produtores organizaram uma enorme festa sexual, um evento que ecoou o espírito libertário do filme. Em uma sessão de perguntas e respostas anterior, com pessoas usando máscaras de “gimp” servindo literalmente como mesa para suas bebidas, o diretor LaBruce declarou: “A libertação sexual vai libertar você e transformá-lo”.
Encontrar “The Visitor” não é tarefa fácil. Ele não está disponível nas principais plataformas de streaming, reflexo do seu conteúdo extremo e do debate intenso que provoca. A existência do filme, contudo, coloca questões incômodas sobre migração, privilégio, hipocrisia social e os próprios limites da representação no cinema. Ele desafia não apenas o que é aceitável mostrar, mas por que mostrar, usando a crueza do real como um espelho para a sociedade.
Esse Filme “depravado” tem cenas reais e explícitas +18, e a razão por trás disso é bizarra foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.