O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (6), durante a 17ª Cúpula do Brics, que as instituições financeiras internacionais aprofundam desigualdades e penalizam países em desenvolvimento. “As estruturas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) sustentam um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo mais desenvolvido”, disse.
A fala ocorreu durante a segunda sessão do encontro, dedicada ao multilateralismo, à governança econômico-financeira e ao papel da inteligência artificial. Lula avaliou que o modelo neoliberal agrava disparidades e favorece a concentração de renda. “O modelo neoliberal aprofunda as desigualdades.”
“Três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015”, declarou, ao defender justiça tributária e combate à evasão fiscal como elementos centrais de uma estratégia de crescimento inclusiva.
Lula defende reforma do FMI e elogia atuação do banco do Brics
O presidente voltou a cobrar mudanças na governança do FMI e criticou as distorções atuais no sistema de votação da instituição. Segundo ele, o poder de voto dos países do Brics deveria refletir o peso econômico do bloco. “Deveríamos ter ao menos 25%, e não os 18% que detemos atualmente”, afirmou.
Lula também elogiou a atuação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, e destacou o ingresso de novos países como sinal de confiança na instituição. Para ele, o banco tem demonstrado capacidade de oferecer financiamento para uma transição justa e soberana.
O presidente brasileiro ainda apontou a paralisia da Organização Mundial do Comércio (OMC) como um obstáculo ao desenvolvimento dos países do Sul e defendeu um novo pacto global sobre comércio e clima. Em sua avaliação, é preciso distinguir entre políticas ambientais legítimas e barreiras protecionistas disfarçadas.
Ao comentar os desafios da inteligência artificial, Lula alertou que seu desenvolvimento não pode se tornar “privilégio de poucos países ou um instrumento de manipulação na mão de bilionários”. Ele defendeu que o tema seja tratado dentro de uma arquitetura global de governança justa, inclusiva e equitativa.
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