
Ainda que seja uma das práticas mais universais e naturais da humanidade, a masturbação continua envolta em certa névoa de tabu em muitas partes do mundo. Essa hesitação em falar abertamente sobre o assunto frequentemente deixa as pessoas com dúvidas fundamentais, como: existe uma frequência “certa” ou “errada” para se tocar? Felizmente, profissionais de saúde estão ajudando a esclarecer essas questões com informações baseadas na ciência e no bem-estar.
Recentemente, em seu canal no YouTube, a médica Jen Claude abordou diretamente uma dessas dúvidas recorrentes: com que frequência alguém deveria se masturbar?
A resposta dela, franca e libertadora, surpreendeu a muitos. “Bem, tenho talvez boas notícias para vocês”, iniciou a Dra. Claude. “Antes de dar a resposta, deixe-me lembrar que a masturbação é perfeitamente normal, certo? A masturbação pode, na verdade, ser uma parte muito saudável da vida geral e do bem-estar, então não quero que você pense que masturbação é algo ruim.”
A profissional foi categórica ao afirmar que a verdade essencial é simples: masturbe-se tanto quanto você quiser. Segundo ela, não existe uma resposta rígida ou uma fórmula mágica. “Não existe um limite máximo. Não é algo como ‘ah, você não pode se masturbar mais do que X vezes’. Não existe um limite mínimo, não há um número específico de vezes por dia, por semana ou por mês”, explicou a médica.
Ela destacou a enorme variação natural entre os indivíduos: “Algumas pessoas se masturbam várias vezes ao dia, outras apenas em momentos específicos a cada poucos meses, dependendo da situação. Algumas se masturbam quando estão em um certo estado de espírito, outras em momentos diferentes. Simplesmente varia.”
No entanto, a Dra. Claude fez um importante alerta: a chave está no equilíbrio e no não prejuízo. “A única ressalva [é]: você pode se masturbar quanto quiser, desde que isso não interfira na sua vida diária; não interfira no seu bem-estar mental; não interfira nos seus relacionamentos; não interfira na sua capacidade de ir ao trabalho ou de levar uma vida feliz, saudável e produtiva.”
Ela mencionou que, em certos casos raros, a masturbação pode se tornar um comportamento compulsivo. “Nessas situações, você precisa ser avaliado, precisa discutir isso com um profissional licenciado, ok?”
Benefícios Além do Prazer: O que a Ciência Diz
A masturbação não é apenas sobre prazer imediato; ela traz uma série de benefícios tangíveis para a saúde física e mental. Você sabia que se tocar pela manhã pode funcionar como um estimulante natural? E que à noite pode ser um poderoso aliado do sono?
Como observou o Dr. Sham Singh, especialista em saúde sexual, “Não existe um horário do dia que seja necessariamente melhor do que outro, então é melhor que cada pessoa encontre o seu horário ‘ideal’ que melhor se adapte a ela”. Contudo, dependendo do objetivo desejado, diferentes momentos podem oferecer vantagens específicas.
“Por exemplo, alguns podem achar mais fácil dormir após a masturbação noturna devido aos hormônios liberados, que ajudam a promover o relaxamento. Outros podem preferir fazê-lo pela manhã porque acham que dá energia”, explicou o Dr. Singh.
Os mecanismos por trás desses benefícios são fascinantes. Fisicamente, a masturbação e, principalmente, o orgasmo, promovem o alívio da tensão muscular. Isso contribui significativamente para melhorar a qualidade do sono. Para as mulheres, existe um benefício adicional muito relevante: o alívio das cólicas menstruais. “As contrações do útero resultantes do orgasmo são seguidas de relaxamento, o que pode aliviar as cólicas”, destacou o Dr. Singh.
Do ponto de vista mental e emocional, os efeitos são igualmente poderosos. A masturbação funciona como um exercício eficaz para alívio do estresse. Quando exploramos nosso próprio corpo e preferências, ganhamos autoconhecimento que pode, inclusive, melhorar a comunicação e a satisfação em relacionamentos sexuais com parceiros.
A explicação neuroquímica é clara: o ato de se masturbar estimula a liberação de endorfinas – os famosos “hormônios do bem-estar” – além de outros neurotransmissores cruciais como a dopamina (ligada ao prazer e recompensa) e a oxitocina (conhecida como o “hormônio do amor” ou do vínculo). Essa combinação bioquímica resulta em um aumento perceptível do humor e uma redução significativa da ansiedade.
E o que Acontece se Você Parar?
Embora não haja obrigação de se masturbar, interromper uma prática habitual pode trazer algumas mudanças perceptíveis, como relatos anônimos ilustram. Uma escritora especializada em sexualidade compartilhou sua experiência pessoal ao parar, destacando principalmente alterações de humor.
“A abstinência de masturbação pode soar absurda, mas a masturbação libera um coquetel delicioso de substâncias químicas e hormônios que nos fazem bem, então me pareceu razoável que meu corpo ficasse tipo, ‘Ei, para onde foi aquela coisa maravilhosa?’”, escreveu ela.
Outro efeito relatado foi um aumento prolongado da excitação. “O caminho até a satisfação foi de minutos para dias, às vezes uma semana”, ela revelou sobre sua própria experiência. “O orgasmo se tornou um evento a ser desejado e fantasiado, em vez de apenas mais um item para marcar na minha lista de tarefas, como levar as roupas à lavanderia.”
Essa mudança na dinâmica da excitação também impactou sua relação. “Agora, quando me pegava inesperadamente no clima, meus pensamentos iam para ‘Não vai ser ótimo quando meu namorado chegar em casa…’ em vez de ‘Onde diabos eu deixei a minha vibrador?’”
Ela admitiu que essa mudança a levou a se sentir “um pouco desesperada” após algum tempo, brincando que, embora seu parceiro geralmente estivesse disposto a ajudar, ele nem sempre estava “no clima para atuar como um membro do meu harém pessoal”. O relato termina com uma observação franca sobre a perda da inibição quando a necessidade fisiológica se torna intensa.
A mensagem central que emerge tanto da opinião médica quanto da compreensão científica é de normalização e individualidade. A frequência ideal é única para cada pessoa, moldada por seus desejos, seu corpo e seu contexto de vida.a Os benefícios para o sono, o alívio do estresse, o controle da dor menstrual e a melhora do humor são argumentos sólidos a favor de encarar a masturbação como parte de um repertório saudável de autocuidado.
O mais importante, como lembra a Dra. Claude, é que essa prática seja uma fonte de bem-estar e nunca um obstáculo para se viver plenamente. Ouvir o próprio corpo e respeitar seus limites, sem culpa ou julgamentos externos, continua sendo o melhor guia.
Esse Médica dá resposta surpreendente sobre com que frequência as pessoas podem se masturbar foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.