O que significa a presença de uma nova variante do coronavírus no Brasil?

O Ministério da Saúde confirmou a presença de uma nova variante do coronavírus em território nacional com registro de pelo menos oito casos até o momento. Batizada de XFG e também conhecida como stratus, a cepa foi identificada no Ceará e em São Paulo entre o fim de maio e o início de junho.

Nenhum óbito associado à mutação foi notificado ou oficializado no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) também informa que ainda há poucos estudos para determinar se ela se propaga com mais facilidade ou causa sintomas mais graves.

O que a entidade tem certeza é de que houve aumento de casos relacionados à variante em diversas regiões do planeta nas últimas semanas. Segundo boletim da OMS, até o fim de junho, a XFG já estava presente em quase 40 nações.

A entidade observou a escalada da presença da variante em diversos estudos genéticos sobre o coronavírus. A alta foi identificada na Região do Pacífico Ocidental (que inclui Oceania e partes da Ásia), nas Américas e no continente Europeu. Na Índia e no Reino Unido, a nova cepa já é predominante.

Ainda assim, a organização considera o risco adicional para a saúde pública global baixo. Isso porque não foram identificados casos mais graves e alta de internações, mesmo nos relatos de aumentos simultâneos de novas infecções e hospitalizações em alguns países do Sudeste Asiático.

Embora ainda não haja registros de aumento na letalidade da covid-19 associados à mutação, a organização esclarece que os estudos sobre a nova cepa ainda são limitados e recomenda que as nações “priorizem ações específicas para abordar melhor as incertezas relacionadas à evasão de anticorpos e à gravidade da XFG.”

Não há, por exemplo, nenhum estudo sobre o impacto da nova cepa nos desfechos clínicos da covid-19. A OMS também alerta que a notificação de dados sobre casos graves tem diminuído substancialmente, o que exige cautela na interpretação de tendências.

Também faltam pesquisas sobre os riscos de a variante escapar da proteção de anticorpos, a chamada evasão imunológica. Até agora, somente um levantamento se debruçou sobre essa questão, com amostras de sangue de apenas dois grupos específicos.

A pesquisa, conduzida na Universidade de Pequim e publicada na revista científica internacional The Lancet , notou que a cepa tem mutações na proteína Spike, que pode ser considerada a “ferramenta” usada pelo vírus para invadir as células e escapar das defesas do corpo. 

Em laboratório, anticorpos de pessoas previamente infectadas neutralizaram a XFG com menos eficácia em comparação a outras variantes. O relato dos pesquisadores Chineses também aponta que a XFG teve “propagação global rápida, após a detecção inicial no Canadá”.

Apesar da forte evasão imune observada na pesquisa, a OMS alerta que é preciso ampliar essas observações para grupos maiores a fim de uma conclusão mais abrangente e certeira. A organização também reafirma a eficácia das vacinas disponíveis para evitar casos graves e óbitos. 

Tanto a entidade quanto o Ministério da Saúde mantém a recomendação de imunização como principal instrumento para combate à covid-19 e alertam que a baixa procura pela vacina pode ampliar a propagação. 

Além disso, a já conhecida etiqueta respiratória, que se tornou comum ao longo da pandemia, segue valendo. Quem apresentar sintomas deve ficar em casa, se possível, e o uso de máscara é recomendado em locais fechados.

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