
A Febre Oropouche (FO), identificada no Brasil pela primeira vez em 1960, é uma arbovirose (zoonose transmitida por artrópodes), cujo agente etiológico é o vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), do gênero Orthobunyavirus.
No ciclo epidêmico urbano, sua transmissão se dá, principalmente, por meio da picada do mosquito C. paraenses, conhecido, popularmente, como mosquito-pólvora ou maruim.
ES tem mais da metade dos casos de febre oropuche do Brasil
Em 2025, até o mês de junho, o estado do Espírito Santo responde por mais da metade (cerca de 6.200) do total de casos de Febre Oropouche registrados no Brasil, cujo pico ocorreu nos 3 primeiros meses desse ano.
Seus sinais e sintomas mais prevalentes são:
- Febre (ou histórico de febre) de início agudo com até 5 dias de duração;
- Dor de cabeça;
- Dor retro orbital;
- Fotofobia (intolerância à luminosidade);
- Artralgia (dor nas articulações),
- Mialgia (dor muscular);
- Náuseas, vômitos;
- Manifestações hemorrágicas (ex.: petéquias, sangramento gengival) e neurológicas (ex.: encefalite, meningite).
Como diferenciar da dengue, chikungunia e zika
Devido ao quadro clínico da FO ser muito semelhante à de outras arboviroses endêmicas (ex.: dengue, chikungunia, zika), seu diagnóstico apenas baseado na clínica do paciente é, muitas vezes, de difícil realização pelo médico.
Dessa forma, os exames laboratoriais apresentam uma elevada importância sob o ponto de vista clínico-epidemiológico, na medida em que podem fornecer, com alta acurácia, resultados rápidos e confiáveis.
Principais métodos laboratoriais diagnósticos
A reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) é um método de biologia molecular de deteção direta do material genético do vírus (RNA), sendo considerado o “padrão ouro” – e o mais utilizado atualmente – para o diagnóstico da FO na fase aguda.
Ele possui uma alta sensibilidade e especificidade (capacidade de 93% de detecção quando o sangue é coletado até o 5º dia do início dos sintomas), além de sua boa disponibilidade na rede pública (através dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública – LACENs) e privada de saúde.
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A partir do 6º dia de sintomas, os métodos indiretos (“sorologias”), como a pesquisa de anticorpos IgM/IgG no sangue podem ser utilizados. Duas amostras devem ser coletadas: a primeira após o 5º dia do início dos sintomas e a segunda coleta após 15 dias da primeira coleta, para fins de comparação dos resultados.
Considerações finais
A Febre Oropouche (FO) compõe a lista de doenças de notificação compulsória imediata (até 24 horas) em função do seu potencial epidêmico, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública.
Dessa forma, pacientes com sinais e sintomas sugestivos de FO devem procurar um serviço de saúde mais próximo, ser avaliado por um médico e, caso indicado, fazer a testagem laboratorial (preferencialmente o RT-PCR) para o diagnóstico e conduta adequada.