RJ será o segundo estado mais afetado pela taxação dos EUA

O Rio de Janeiro (RJ) será um dos mais prejudicados pela taxação de 50% nas exportações brasileiras para os Estados Unidos caso a medida anunciada pelo presidente Donald Trump pelas redes sociais seja confirmada. O estado responde por cerca de 17% das exportações do Brasil para o território estadunidense e somente no primeiro trimestre de 2025 exportou US$ 1,7 bilhão.

No topo da lista dos produtos exportados estão óleos brutos de petróleo, produtos semi-acabados de ferro e aço e óleos combustíveis de petróleo. O óleo bruto é o principal produto exportado pelo Brasil àquele país. Por outro lado, 22% das importações vindas dos EUA tem como destino o estado do RJ. De lá recebemos principalmente motores e máquinas não elétricos, óleos combustíveis de petróleo e carvão. Nas redes sociais a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) manifestou sua indignação com a decisão do governo Trump, “é insana a taxação dos Estados Unidos, milhares de empregos serão afetados. Precisamos avançar em um indústria que impacte menos a natureza, mas não pode ser a partir de sanções unilaterais. O Brasil não pode se curvar a esse absurdo”.

Na liderança entre os estados mais afetados está São Paulo com 31% do total de exportações. Entre os principais produtos estão sucos de frutas, aeronaves e óleos combustíveis. E na terceira posição vem Minas Gerais, com 11% das exportações e responsável por enviar café não torrado, ferro gusa e carne bovina. Apesar de estar prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, o anúncio já provocou impacto nas vendas.

Apesar dos produtos da indústria extrativista e agropecuária estarem listados entre os primeiros é a indústria de transformação como um todo que será a mais afetada com a taxação. A indústria foi responsável por 78% dos US$ 31,6 bilhões em exportações em 2024 para os Estado Unidos, o principal destino desses bens (17,4%), superando União Europeia e Mercosul. A indústria extrativa, responsável pelas vendas de petróleo bruto, representa 15% da pauta exportadora. Já a agropecuária respondeu por 5,7% desse total em 2024. Os dados são do Monitor do Comércio Brasil-EUA elaborado pela Amcham, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil.

O governo brasileiro anunciou que lançara até terça-feira (15) um decreto com medidas de reciprocidade à taxação imposta por Donald Trump. Entre as medidas que podem ser incluídas estão a taxação de bens e serviços conforme proposto pelo presidente estadunidense e a interrupção de pagamento de royalties ou patentes.

Mas a preocupação não está apenas do lado brasileiro. Em nota publicada pela Amcham, a Associação vê a medida com potencial de causar impactos severos para os dois países. “O comércio de bens e serviços entre as duas nações é fortemente complementar e tem gerado benefícios concretos para ambos os lados, sendo superavitário para os Estados Unidos ao longo dos últimos 15 anos — com saldo positivo de US$ 29,2 bilhões em 2024, segundo dados oficiais norte-americanos”, diz a nota.

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