Bombeiro que matou policial penal negro a tiros é condenado a 17 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado


Bombeiro que matou policial penal negro a tiros é condenado a 17 anos anos de prisão por homicídio.
Joubert Oliveira/TJMG
O bombeiro aposentado Naire Assis Ribeiro foi condenado a 17anos de prisão pela morte do policial penal negro Wallysson Alves dos Santos Guedes. A vítima foi morta em um bar no bairro Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, em fevereiro de 2024 (veja imagens do dia do assassinato no vídeo abaixo e relembre o caso).
O militar foi julgado pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte nesta segunda-feira (14). Durante o interrogatório, ele afirmou que discutiu com o outro homem em um bar depois de questionar a identificação dele como policial. Em seguida, saiu do local, ligou para o 190 e voltou armado.
O bombeiro também disse que atirou após ver a vítima sacar uma arma e que pretendia se entregar, mas foi preso em casa antes disso.
O militar da reserva foi condenado pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e e impossibilidade de defesa da vítima, mas absolveu o réu da acusação de discriminação racial. Juntas, as penas somam 17 anos.
Intolerância racial
O policial penal Wallysson Alves dos Santos Guedes foi morto a tiros pelo bombeiro Naire Assis Ribeiro em 26 de fevereiro de 2024. Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público à Justiça, o bombeiro ficou inconformado com o fato de que a vítima, uma pessoa negra, estava armada e se identificou como policial.
A promotoria teve acesso aos chamados que o réu fez ao 190. Ele solicitava o empenho da Polícia Militar pois havia um “negro”, um “haitiano”, dizendo que fazia parte da segurança pública.
Como a PM não se deslocou até o local, o bombeiro, também armado, voltou ao bar e atirou várias vezes contra o policial penal — motivo que o MP apontou como “recurso que dificultou a defesa da vítima”. A denúncia ainda citou que o suspeito colocou os outros frequentadores do bar em risco.
Bombeiro aposentado que matou policial penal vai a júri popular
Transcrição do chamado, obtido pela Polícia Civil e que embasou a denúncia do Ministério Público.
Reprodução
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