53% das empresas relatam dificuldades em integrar sistemas mais antigos com novas tecnologias

A transformação digital, a promessa de um futuro ágil e eficiente, é um campo minado de desafios persistentes para as empresas brasileiras. A perspectiva: 53% das companhias no Brasil ainda lutam para integrar sistemas legados com novas tecnologias — um gargalo para a inovação e um dreno de recursos.

Esse problema não é isolado, mas trata-se do maior desafio identificado, junto com a necessidade de lidar com os investimentos financeiros exigidos (também citados por 53%) e com a escassez alarmante de talentos digitais entre os próprios funcionários (53%). Os dados vêm do recente relatório HR Strategy 2025, realizado pela LG lugar de gente, em parceria com a Mercer.

“O dado reforça um dos grandes paradoxos da transformação digital no Brasil: as empresas avançam na estratégia, mas esbarram em gargalos estruturais que limitam a velocidade da mudança. A dificuldade de integrar sistemas legados com novas tecnologias não é só um desafio técnico — é um freio para o ganho de eficiência que a digitalização promete”, analisa Felipe Azevedo, CEO da LG lugar de gente.

Para o executivo, apesar de todos esses obstáculos, a expectativa é positiva: 91% das empresas esperam benefícios tangíveis em eficiência operacional. A otimização de processos internos (81%) e as melhorias na experiência do cliente (68%) estão próximas da concretização.

Diante das adversidades, a postura das empresas ainda é proativa. Segundo o relatório, 63% já começaram a definir suas estratégias de digitalização e 24% estão em um estágio mais avançado. Em relação à liderança, 61% das empresas já iniciaram ou finalizaram esse processo, e 25% afirmam estar nesse estágio de maturidade.

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No entanto, chama atenção o dado relacionado à capacitação dos funcionários: apenas 17% das empresas se consideram avançadas nesse aspecto, enquanto alarmantes 20% ainda não apresentam nenhum avanço. “Esse é um ponto crítico, uma vez que a ausência de habilidades digitais ainda é um dos principais entraves para a transformação”, pontua Azevedo.

Cultura cada vez mais digital

A mudança cultural necessária para essa virada digital também é tratada como prioridade. Para promovê-la, 60% das empresas entrevistadas estão oferecendo ativamente o engajamento da liderança, e 57% estão incentivando a colaboração e a experimentação. Além disso, 57% também estimulam a participação ativa dos colaboradores em projetos de transformação digital, e 51% investem em treinamentos específicos para desenvolver novas competências. A pesquisa mostra ainda que 35% das empresas estão realizando pesquisas de clima organizacional para monitorar o impacto dessas mudanças.

Olhando para o futuro, mais da metade — 51% das empresas — pretende aumentar os investimentos em tecnologia de RH nos próximos 12 meses. As prioridades incluem People Analytics (64%) e automação de tarefas administrativas (60%). Recrutamento e seleção (45%) e gestão de talentos (40%) também receberão atenção, sinalizando a valorização de todo o ciclo do colaborador.

“Há um desejo indiscutível das empresas brasileiras de avançar na transformação digital, mesmo diante de desafios persistentes — desde legados tecnológicos até a escassez de talentos digitais. Os dados do relatório HR Strategy 2025 desenham um cenário desafiador, mas também apontam direções claras: o aumento dos investimentos em tecnologias para gestão de pessoas, incluindo soluções baseadas em IA, o uso estratégico de People Analytics e a promoção de uma cultura mais colaborativa são elementos essenciais para essa evolução”, conclui Felipe Azevedo, CEO da LG lugar de gente.

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