Wanderson diz que obra vai acabar com alagamentos na BR-101, em Viana

Wanderson Bueno no JTVV
Foto: Reprodução/TV Vitória

Wanderson Bueno (Podemos), prefeito de Viana, afirmou que a gestão municipal fez um projeto robusto de uma obra que, realizada em parceria com o governo do Espírito Santo, será capaz de resolver os alagamentos na BR-101 na cidade.

Segundo o chefe do Executivo municipal, a prefeitura contratou um escritório para elaborar a proposta “para resolver definitivamente o problema da entrada de Marcílio de Noronha e também o problema da sub-bacia do Rio Formate”.

Nós nos transformamos na capital estadual da logística, temos muitos investimentos que hoje chegam à cidade e outros que queremos atrair. Não podemos ter o problema do alagamento como interrupção do desenvolvimento da cidade de Viana. 

O prefeito falou sobre a obra, orçada em R$ 50 milhões, em entrevista à colunista de política Patrícia Scalzer, da TV Vitória, para o canal do Jornal da TV Vitória no YouTube. 

A conversa faz parte de uma série com os prefeitos da Grande Vitória sobre os primeiros 180 dias do mandato, iniciado em janeiro deste ano. 

O objetivo é que os eleitos em outubro de 2024 possam expor os feitos nestes primeiros seis meses e também o que ainda está por vir. Para isso, os gestores entrevistados comentam sobre diversas áreas, como segurança pública, educação, economia e política.

Confira a entrevista com Wanderson Bueno

O que foi feito nesses primeiros seis meses de mandato?

Iniciamos o nosso mandato da mesma forma que começamos o primeiro, conversando com a sociedade, abrindo as audiências do orçamento participativo. Acho que isso é fundamental para que pudéssemos fazer o nosso planejamento de governo.

Embora tenhamos apresentado um plano de governo nas eleições, também tivemos a oportunidade, agora, nesse primeiro semestre, de poder passar em todos os bairros, em todas as comunidades, para dialogar e construir esse planejamento de entregas para a cidade, que vai até 2028. 

Então, essa é uma grande entrega que fizemos neste primeiro semestre, aliada a outras entregas, como obras importantes de drenagem e pavimentação de diversas ruas.

A meta do nosso programa é uma Viana 100% estruturada, então estamos agora finalizando essa meta e queremos entregar a cidade neste mandato 100% com a sua infraestrutura completa. 

Recentemente, entregamos duas unidades de saúde e fizemos a ampliação dessas unidades. Vamos entregar uma outra agora.

Iniciamos também a reforma de praças e equipamentos esportivos na cidade, assim como fizemos com escolas de várias regiões. Vamos dar início agora também a outras unidades de ensino. Já foi muito trabalho, muitas entregas e muita coisa está por vir nesse próximo semestre e nos próximos anos.

E sobre a drenagem da BR-101, próxima a entrada de Marcílio de Noronha?

Fazendo um breve histórico, tivemos a concessão da BR-101, que sobrepõe a BR-262 também nesse trecho. A Eco 101 fez as obras de duplicação de todo o trecho da cidade de Viana, elevando a faixa central e criando o sistema de viadutos.

Assim, tivemos ali um problema de drenagem. A água desce, mas desce devagar. Temos um estrangulamento na saída dos sistemas de drenagem, que não foram realizados à época da obra e, hoje, precisamos fazer um investimento importante para resolver esse problema, que é uma preocupação que a cidade tem.

Nós nos transformamos na capital estadual da logística, temos muitos investimentos que hoje chegam à cidade e outros que queremos atrair. Não podemos ter o problema do alagamento como interrupção do desenvolvimento da cidade de Viana. 

Por isso, fizemos um projeto robusto, contratamos um escritório especialista para poder elaborá-lo, buscamos a captação desse recurso e temos uma pactuação com o governo do Estado, através do nosso governador Renato Casagrande, que deve fazer a contratação desta obra, orçada em torno de R$ 50 milhões, para que possamos resolver definitivamente o problema da entrada de Marcílio de Noronha e também o problema dessa sub-bacia do Rio Formate. Estamos propondo uma solução que definitivamente vai resolver aquele problema.

Qual é o foco dessa gestão: investir mais no turismo ou continuar focando na logística? 

As duas coisas, porque elas conversam dentro do plano de desenvolvimento econômico da cidade. Estamos atraindo muitos investimentos e o PIB da cidade está crescendo exponencialmente, atrelado ao setor de serviços e, em sua maior parte, também ao setor logístico, que é o que mais gera emprego hoje na cidade. 

Desenvolvemos um modelo de negócio para que possamos dar celeridade e reduzir as burocracias para aprovação de novos projetos.

Praticamente toda a fase de aprovação de projetos e licenças da prefeitura é 100% digital, ou seja, reduzimos os prazos de aprovação dos projetos para seis meses.

Conseguimos um modelo de negócio que é muito eficiente e que tem levado investimentos para a cidade, gerando empregos e oportunidades. 

Mas também precisamos pensar no advento da reforma tributária, que mudará a característica de distribuição de receita para as cidades, e entender a nossa vocação. Estamos dentro da Grande Vitória, um município ainda pequeno, mas que tem 70% de saneamento rural, um ativo importante e valorizado após a pandemia. 

Dentro da Grande Vitória, podemos usar essa posição estratégica, tendo duas rodovias que passam pela cidade e mais de 100 quilômetros quadrados de Mata Atlântica preservada, para fomentar, sim, o turismo, principalmente o agroturismo, para que possamos ter outro setor de desenvolvimento na cidade. Além de desenvolver uma atividade econômica, vemos no turismo um indicador de qualidade de vida.

Futuramente, poderemos ir lá e conhecer um polo cervejeiro, desde a plantação até a degustação da cerveja. Como será isso? 

Já estamos maturando essa ideia há algum tempo. Tivemos várias iniciativas, aprovando leis importantes de criação de subsídios, do Fundo de Aval para que possamos disponibilizar linhas de crédito para aqueles que desejam fazer esses investimentos. 

Estamos realizando também um trabalho junto à plantação de lúpulo, porque queremos o turismo de experiência.

A ideia do Polo de Cervejarias Artesanais é que toda a produção dos insumos da cadeia produtiva da cerveja seja feita na cidade, para que tenhamos uma cerveja genuína.

Estamos fazendo esse trabalho e agora tomamos outras iniciativas para materializar mais ainda o projeto, que foi a criação da associação, e agora estamos comprando toda a indústria de beneficiamento do lúpulo.

A ideia é que as pessoas passem por lá, tenham experiências e, recentemente, tivemos aprovado pela Assembleia Legislativa o projeto de lei que cria a rota da cerveja no município de Viana. Isso também nos ajudará a criar o distrito turístico, que é uma lei estadual que pode levar investimentos para essa região.

O polo de cervejarias artesanais tem a ideia de poder levar cervejarias, mas também movimentar outros setores do turismo, como gastronomia, hotelaria, charcutaria e tantos outros que gostaríamos de colocar na cidade, gerando empregos, oportunidades e entretenimento também para os capixabas. 

Em quantos anos conseguimos tirar isso do papel e colocar em prática? 

Vamos tomar uma iniciativa importante agora no segundo semestre, que é fazer o primeiro leilão de áreas subsidiadas para a instalação das novas cervejarias.

Temos seis cervejarias na cidade. No lançamento do polo, tivemos 14 cervejarias que assinaram um protocolo de intenções para se estabelecer na cidade, ou seja, estão em outras cidades e querem vir para Viana para participar desse projeto. 

Definimos cinco áreas. Nessas cinco áreas, já estamos em tratativas de processos de desapropriações e queremos, ainda neste semestre, fazer esse edital onde selecionaremos os cinco melhores projetos para que comecem a partir do ano que vem na cidade. 

E teremos um hospital na cidade?

Trabalhamos essa ideia e proposta há algum tempo. A cidade hoje tem 100% de estratégia de saúde da família, temos duas unidades de pronto atendimento, temos uma policlínica, estamos fazendo atendimentos especializados através de teleconsultas, planejamento familiar e tantos outros programas voltados para a saúde, mas entendemos também a importância de ter um hospital dentro da cidade. 

É claro que discutimos essa proposta com muita racionalidade, pois sabemos que um hospital é um grande equipamento que demanda recursos e investimentos para seu funcionamento.

Por isso, discutimos essa proposta com o governo do Estado, junto à Secretaria de Saúde, para que possamos fazer um modelo que seja integrado à rede estadual. 

Queremos um hospital na cidade de Viana que esteja integrado à rede hospitalar estadual. Viana é a única cidade da Grande Vitória que hoje não tem uma unidade hospitalar. Estamos, então, posicionando a cidade também como uma porta de entrada para o sistema estadual, podendo oferecer soluções para algumas especialidades.

Já temos uma área de 25 mil metros quadrados, em que o município já fez a desafetação através de uma lei e já fez a destinação para a construção de um complexo hospitalar.

Agora, estamos definindo as últimas fases de projetos para que possamos reordenar a própria rede do Estado e diminuir os custos de operação.

Entendemos que agora, no segundo semestre, devemos apresentar este projeto, que é um projeto robusto e que trará uma autoestima muito grande também para a cidade.

Serão 80 leitos?

Essa é a proposta inicial que foi apresentada. Está sendo agora maturada. Estamos na primeira fase e, nessa primeira fase, estamos propondo um centro de hemodiálise na cidade, pois isso é uma carência que existe hoje, inclusive, na Grande Vitória. 

Estamos prevendo lá um centro de tratamento com 200 cadeiras, que poderá atender 800 pessoas por dia. Isso não é só da cidade de Viana, mas também da região da Grande Vitória e da região de montanhas, que vem aqui à Grande Vitória para fazer tratamento.

A fase de construção do complexo deve acontecer em três etapas. A primeira, do centro de diálise. A segunda, que é um centro especializado, onde haverá a possibilidade de fazer atendimentos de consultas especializadas e exames pré-operatórios. E a terceira etapa, que é a construção do centro cirúrgico e de internação.

Ano que vem temos eleições, quais os seus planos?

Meus planos são continuar sendo prefeito da cidade. Não serei candidato, não tenho pretensões políticas para 2026.

Acho que a eleição de 2024 nos deu um recado importante. Tive quase 93% dos votos da cidade, então, tive, digamos, um cheque em branco assinado pela cidade.

Sabemos que não resolvemos todos os problemas da cidade de Viana, mas as pessoas entendem que temos a condição de enfrentá-los e resolver tudo que estiver à nossa disposição. 

Tenho um compromisso pactuado com a cidade e devo manter o mandato até o final de 2028, mas, evidentemente, vou participar do processo de 2026, posicionando a cidade da melhor forma possível, para que possamos continuar construindo essa relação importante que a cidade tem hoje com o governo do Estado. 

O senhor foi o prefeito mais bem votado aqui da Região Metropolitana; de cada 10 moradores de Viana, 9 votaram no senhor. O senhor não poderia fazer mais pelo município ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal? 

É muito relativa essa resposta. Mas acredito que hoje, como chefe do Executivo municipal, consigo contribuir mais com a cidade. Temos um planejamento construído para o município, através do nosso plano de governo, que foi, mais uma vez, ratificado pela cidade. 

Acho que temos muito a entregar para a cidade até 2028, não desmerecendo talvez uma disputa, que poderia ser tanto para a Câmara estadual como a federal, mas acredito que ainda temos muito a entregar para a cidade. 

Veja a entrevista de Wanderson Bueno no YouTube:

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