Gartner aponta seis tendências estratégicas que devem moldar a engenharia de software a partir de 2025

A adoção de práticas de engenharia nativas de Inteligência Artificial (IA), o uso de modelos generativos abertos e a atenção ao impacto ambiental do desenvolvimento de software estão entre as principais tendências estratégicas que devem orientar líderes de engenharia de software a partir de 2025. A análise é do Gartner, que publicou nesta semana um relatório com seis direções que devem orientar a construção de soluções mais eficientes, sustentáveis e preparadas para o futuro.
“As ferramentas e tecnologias habilitadas por IA estão mudando fundamentalmente a forma como o software é construído e entregue”, afirma Joachim Herschmann, vice-presidente analista do Gartner. Segundo ele, os líderes que souberem capitalizar essas tendências estarão mais bem posicionados para acelerar a inovação, fortalecer suas equipes e gerar valor para os negócios no longo prazo.
Veja, a seguir, um resumo das seis tendências destacadas pelo Gartner:
1. Engenharia de software nativa de IA
A incorporação da IA em todas as etapas do ciclo de vida do desenvolvimento de software (SDLC) muda o papel do desenvolvedor, que passa a atuar mais como um orquestrador de soluções do que como executor de tarefas. O Gartner estima que até 2028, 90% dos engenheiros de software em ambientes corporativos utilizarão assistentes de código baseados em IA — um salto expressivo frente aos menos de 14% registrados no início de 2024.
A adoção dessa abordagem requer equilíbrio entre automação e supervisão humana, respeitando os níveis de criticidade, risco e complexidade dos fluxos de trabalho.
2. Aplicações e agentes baseados em LLMs
O uso de grandes modelos de linguagem (LLMs) possibilita o desenvolvimento de aplicações e agentes inteligentes com comportamento próximo ao humano. A expectativa do Gartner é que, até 2027, ao menos 55% das equipes de engenharia estejam criando funcionalidades baseadas em LLMs.
Esse movimento exige que as lideranças repensem suas estratégias, invistam em capacitação, testem os limites dos modelos de GenAI e adotem controles robustos de segurança e governança.
3. Engenharia de plataforma de GenAI
A integração de capacidades generativas em plataformas internas para desenvolvedores se tornará uma prática padrão. Segundo o Gartner, 70% das empresas com equipes de plataforma deverão incluir recursos de GenAI em seus ambientes até 2027.
Isso inclui disponibilizar funcionalidades via portais de autoatendimento, priorizar as entregas com base nas necessidades do desenvolvedor e garantir compliance com políticas organizacionais.
4. Maximização da densidade de talentos
Construir times com alta concentração de profissionais qualificados — a chamada “densidade de talentos” — passou a ser um diferencial competitivo. De acordo com o Gartner, companhias que investem em cultura de aprendizado contínuo, colaboração e autonomia conseguem formar equipes mais adaptáveis e de alto desempenho.
“Ao invés de focar apenas na contratação, é necessário estruturar um ambiente onde os talentos cresçam e queiram permanecer”, destaca Herschmann.
5. Crescimento dos modelos abertos de GenAI
Modelos generativos abertos estão ganhando espaço por oferecerem mais flexibilidade e menor custo em relação às alternativas proprietárias. A previsão do Gartner é que, até 2028, 30% dos gastos corporativos em GenAI sejam destinados a modelos abertos adaptados a domínios específicos.
Esse movimento democratiza o acesso a soluções de IA, permitindo maior controle e personalização por parte das empresas, com opções de implementação local ou em nuvem.
6. Engenharia de software verde
Com a crescente demanda computacional gerada por IA e aplicações intensivas em dados, práticas sustentáveis se tornam urgentes. A engenharia de software verde busca minimizar o impacto ambiental do software desde as fases iniciais do desenvolvimento.
“A criação de soluções com GenAI consome grande quantidade de energia. Incorporar práticas ecológicas no ciclo de vida do software será essencial para alinhar inovação e sustentabilidade”, avalia o analista do Gartner.

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