MST ocupa Incra, em Belo Horizonte, para exigir reforma agrária em Minas Gerais

Como parte da Semana Camponesa, cerca de 500 militantes do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, nesta terça-feira (22), a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Belo Horizonte. A ação aconteceu com o objetivo de reivindicar que as políticas de reforma agrária sejam, de fato, efetivadas. 

Além disso, a ação denunciou que as áreas decretadas no ato político do Acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais, no mês de março deste ano, não foram totalmente regularizadas. No estado, cerca de cinco mil famílias aguardam a conformidade com as normas, que garantem moradia e áreas de cultivo para integrantes do movimento. 

Em meio à lutas, cerca de 459 famílias, ainda não regularizadas pelo Incra, resistem no acampamento. A região conta com mais de 375 tipos de cultivos de alimentos e é referência na produção de café, com a organização cooperativada do Café Guaií.

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A Semana Camponesa

Como parte da Jornada Nacional de Lutas, acontece a Semana Camponesa, realizada pelo MST nas cinco regiões do país em alusão ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, celebrado no dia 25 de julho. A ação tem como lema nacional “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular!

“Lutamos por terra, moradia, crédito e educação do campo como políticas para fortalecer a agricultura brasileira e como direitos básicos e essenciais a serem garantidos às famílias assentadas e acampadas”, destacou o MST, em nota. 

Carta ao povo brasileiro

Essa semana, o MST publicou também uma carta à sociedade brasileira, defendendo a reforma agrária e cobrando o presidente Lula (PT) por ações que efetivem a luta por terra, em contraposição ao agronegócio, e que garantam a moradia de mais de 100 mil famílias que aguardam a regulação fundiária hoje no país. 

“A reforma agrária é um instrumento de defesa das terras do país, em contraposição ao agronegócio entreguista, golpista, saqueador e antipatriótico. Soberania nacional só é possível com soberania alimentar. E a soberania alimentar se constrói com a agricultura familiar camponesa e com a reforma agrária”, declarou o movimento, na carta.

“São mais de 122 mil famílias, organizadas em 1.250 acampamentos em todo o país, que precisam de terra para trabalhar e viver. Cerca de 400 mil famílias assentadas seguem à espera de políticas públicas que existem, mas não chegam à base, para melhorar a produção de alimentos e o desenvolvimento dos assentamentos”, continuou o texto. 

O documento manifestou, ainda, repúdio à decisão do Congresso Nacional, em aprovar o “PL da devastação” e outras propostas que criminalizam os Movimentos Populares.

“Repudiamos a ação da Câmara dos Deputados que, na contramão da urgência climática, aprovou o Projeto de Lei 2.169/2021, o chamado “PL da Devastação“, um ataque direto à natureza e aos seus povos”, manifesta. 

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Ocupações no Brasil 

No Brasil, as mobilizações aconteceram também em diversas regiões. No Nordeste, os Incras dos estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí foram ocupados. No Sudeste, além de Minas Gerais, militantes do Rio de Janeiro e do Espírito Santo também ocuparam a instituição. 

O mesmo aconteceu nos estados do Pará, Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

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