Relatos de mortes por desnutrição na Faixa de Gaza levaram as Nações Unidas e a União Europeia a cobrarem de Israel mais facilidade para a distribuição de ajuda humanitária.
Parecia que a crise humanitária em Gaza não podia piorar. Mas as imagens que chegam do território palestino, e os relatos de quem vive lá, mostram uma escassez profunda.
“Não comemos há dias”, disse Mohammed, morador de Gaza.
ONU e União Europeia pedem a Israel maior facilidade para distribuição de ajuda humanitária em Gaza
Reprodução/TV Globo
O chefe da emergência do principal hospital da região afirmou que a maioria dos pacientes internados nos últimos dias apresenta quadro de desnutrição grave.
Segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, 20 pessoas morreram de desnutrição nas últimas 48 horas.
O governo israelense, por sua vez, nega os relatos de fome generalizada e acusa o Hamas de desviar os alimentos destinados à população.
A porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos afirmou que médicos, trabalhadores humanitários e repórteres já desmaiaram por fome e exaustão.
A associação de jornalistas da agência France Presse divulgou um comunicado nesta terça-feira (22) alertando que, sem uma intervenção urgente, seus jornalistas não terão mais forças para continuar trabalhando — e podem morrer.
Durante uma entrevista em Londres, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, foi questionado sobre como se sente ao ver as imagens da situação em Gaza.
“Estou horrorizado e com nojo”, respondeu Lammy.
O Reino Unido é aliado histórico de Israel. A indignação da comunidade internacional vem aumentando.
Segundo a ONU, 1.054 pessoas morreram desde 27 de maio enquanto tentavam receber ajuda humanitária. Foi nessa data que começaram as operações de uma organização que Israel encarregou da distribuição, com apoio dos Estados Unidos.
A ONU definiu o atual sistema de entrega de alimentos em Gaza como “uma armadilha mortal sádica”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que as imagens de palestinos morrendo enquanto tentam buscar comida são “insuportáveis”.
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Reprodução/TV Globo
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