Trem das Montanhas capixabas pode ter versão de alto luxo

A litorina de alto padrão já operada pela empresa que pode assumir o trem das montanhas: luxo, personalização e exclusividade. Crédito: Divulgação

O Trem das Montanhas Capixabas pode ter vagões de alto luxo, exclusivos e com capacidade máxima para 22 passageiros. No entanto, a possível nova atração turística capixaba só deve começar a operar em dois anos. Isso, se tudo der certo no processo.

O trem turístico vai passar por Viana, Domingos Martins, Marechal Floriano e Alfredo Chaves. Segundo Adonai Aires de Arruda, presidente da Serra Verde Express, maior operadora de trens turísticos do Brasil e que operou o Trem das Montanhas de 2010 a 2015, há um caminho burocrático e técnico a ser cumprido até que os vagões voltem a cruzar as montanhas do Espírito Santo.

Para entender de perto como funciona um modelo de sucesso, os prefeitos dos quatro municípios envolvidos embarcam, na primeira semana de agosto, rumo a Itu, no interior de São Paulo. Lá, vão visitar a operação entre Itu e Salto, que é fruto de um consórcio intermunicipal. A ideia é conhecer como funciona a operação da Serra Verde e aplicar aprendizados no projeto capixaba.

“Mostramos tudo para o prefeito de Viana, inclusive nossa oficina e restaurante. Agora os quatro prefeitos vêm pegar os dados técnicos e conhecer como estruturamos o consórcio”, disse Adonai.

Trem com vários perfis de público

O novo trem poderá atender diferentes perfis de público, com opções de vagões econômicos, intermediários e de alto padrão. Há possibilidade de incluir até mesmo um carro butique. A palavra de ordem é personalização.

“A pandemia trouxe um consumidor mais exigente e personalizado. Porém, não adianta ter um vagão luxuoso se a rede hoteleira local for basicamente três estrelas”, pontuou o empresário. Do mesmo modo ele destacou a necessidade de compatibilizar a infraestrutura turística com a oferta do trem.

Adonai explica que tudo dependerá de um estudo técnico aprofundado da malha hoteleira, da via férrea e da capacidade de investimento. A definição do modelo de vagões e da operação também será influenciada pelo edital de concessão, que deverá estabelecer critérios como repasse de percentual sobre a produtividade.

Investimento de R$ 700 mil

“Tem trem em Curitiba que exigiu investimento de R$ 700 mil. Trabalhamos no vermelho até consolidar o produto”, exemplifica.

O processo para tirar o trem do papel inclui a criação de leis municipais para formar um consórcio entre as cidades, além de tramitação junto à ANTT. A agência exige autorização técnica e viabilidade econômica, o que pode levar pelo menos seis meses. Depois disso, ainda será preciso cumprir etapas como elaboração do projeto final, publicação de edital e aquisição dos equipamentos. “Só o trâmite legal e técnico leva mais de um ano”, afirma o presidente da Serra Verde.

Apesar da burocracia, Adonai enxerga alto potencial no Espírito Santo. “O Estado tem uma vantagem competitiva rara: calor e litoral, frio e montanha, além de forte herança étnica. Isso é bom para montar um produto turístico atraente”, avalia. Ele também cita a importância de envolver o Sistema S e garantir padrões de segurança e saúde para atrair, por exemplo, o público da terceira idade.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.