Está sendo realizado, no auditório do módulo 2 da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), um curso preparatório para os órgãos que irão participar do 10º Congresso Internacional de Desastres em Massa (Cidem), que vai acontecer em agosto, em Feira de Santana.
O professor Jeidson Marques, coordenador geral do Cidem, explicou que o curso tem como objetivo preparar as instituições para a gestão de desastres. Segundo ele, cerca de 70 representantes de diversas entidades estão participando das aulas, que tiveram início na quarta-feira (23) e seguem até este sábado (26).
“Temos representantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, dos Bombeiros, do Samu. Reunimos todos os representantes para discutir, alinhar as estratégias e, com isso, conseguimos planejar o grande simulado que acontecerá em agosto. Será o maior simulado do mundo. Hoje é o quarto dia do curso, e aqui definimos os detalhes do que acontecerá no evento”, afirmou.
De acordo com Jeidson Marques, uma maquete, que funciona como uma simulação de mesa, ajuda a definir o posicionamento das instituições e das viaturas, para evitar falhas. “O conteúdo do simulado de mesa é levado para a realidade. É preciso haver uma sintonia entre as instituições”, destacou.
Nos 10 anos de realização do Cidem, o evento deste ano será ainda maior e contará com a participação de representantes de cinco países: Portugal, França, Paraguai, Equador e Emirados Árabes Unidos. Além disso, o evento terá duração estendida, com atividades que começam em um dia e terminam no outro.
“Teremos três cenários: um grupo armado fará um ataque em uma festa com reféns, remetendo a situações reais ao redor do mundo; um incêndio florestal; e o transporte de produtos perigosos, simulando uma colisão entre duas carretas, uma com gasolina e outra com amônia, atingindo um gasoduto na BR-324”, informou Jeidson.
Participação do Graer
O major Deiró, do Grupamento Aéreo (Graer), destacou os trabalhos desenvolvidos pela instituição. Segundo ele, o Graer é uma unidade especializada em ações que fogem à normalidade, operando com multimissão.
“Temos capacidade de realizar combates diretos à criminalidade, salvar pessoas, fazer transporte para locais estratégicos e conter situações quando necessário”, afirmou.
Entre as missões do Graer, está o resgate aéreo, que, de acordo com o major, demanda muita agilidade. Ele também falou sobre as dificuldades específicas do trabalho.
“O resgate aéreo, quando é possível pousar, enfrenta dificuldades para encontrar locais seguros para o pouso. Porém, em casos como os da Chapada Diamantina, onde o pouso não é viável, é necessário realizar o resgate com a aeronave no ar. Esses são os resgates mais desafiadores.”
Participação do Samu e manejo de vítimas
Rita Lima, coordenadora do Samu, também esteve presente nas atividades do curso. Todos os anos, o Samu participa do Cidem e, desta vez, a instituição disponibilizará cerca de três ambulâncias e equipes. Ela ressaltou que esse veículos destinados ao evento não vão atrapalhar o atendimento normal, já que são ambulâncias extras.
“Esse evento é fundamental para favorecer a integração das tropas e a resposta organizada e cooperativa das instituições. O Samu atua em urgência e emergência o tempo todo e estamos nos capacitando ainda mais para atender a população de maneira eficiente”, salientou Rita.
Carlos Estrela, coordenador do projeto Cidem na área de concentração de vítimas, explicou o funcionamento dessa estratégia.
“A concentração de vítimas é uma área específica onde elas recebem os primeiros atendimentos após serem triadas. As vítimas são classificadas por gravidade: verde (menor gravidade), amarela (gravidade intermediária), vermelho (maior gravidade) e preto (óbito). O objetivo deste setor é realizar os primeiros atendimentos e organizar a triagem para evitar a sobrecarga das unidades hospitalares. Depois de atendidas, as vítimas são encaminhadas para as unidades de saúde”, explicou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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