
Primeiro-ministro interino da Tailândia alerta que conflitos na fronteira com Camboja podem evoluir para uma guerra
Tailândia e Camboja anunciaram neste domingo (27) que irão se reunir para negociar um acordo paz.
O primeiro-ministro interino da Tailândia, Phumtham Wechayachai, e o chefe de governo do Camboja, Hun Manet, se encontrarão na Malásia nesta segunda-feira (28) para conversar sobre os combates na fronteira dos dois países.
O gabinete do premiê tailandês indicou que os diálogos em Kuala Lumpur buscam “restabelecer a paz” e serão mediados pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, que ocupa a presidência temporária da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
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O Departamento de Estado dos Estados Unidos também anunciou que o secretário Marco Rubio conversou com os ministros das Relações Exteriores dos dois países neste domingo.
Além de pedir que eles reduzissem imediatamente as tensões, Rubio também ofereceu a ajuda dos EUA nas negociações, diz o comunicado.
“Os Estados Unidos estão preparados para facilitar futuras discussões a fim de garantir a paz e a estabilidade entre a Tailândia e o Camboja”, disse o departamento.
Trump anunciou interesse em cessar-fogo
Uma unidade móvel de artilharia da Tailândia dispara em direção ao lado cambojano após Tailândia e Camboja trocarem forte artilharia nesta sexta-feira (25)
REUTERS/Athit Perawongmetha
Um dia antes, neste sábado (26), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contou que havia conversado com os líderes do Camboja e da Tailândia, e que ambos “querem um cessar-fogo imediato” no combate armado que travam na fronteira desde quinta-feira.
“Acabei de ter uma conversa muito boa com o premiê do Camboja e o informei sobre minhas discussões com a Tailândia e seu premiê interino. Ambos os países estão buscando um cessar-fogo e paz imediatos. Elas também querem voltar à ‘mesa de negociações comerciais’ com os Estados Unidos, o que consideramos inadequado até que os combates PAREM. Eles concordaram em se reunir imediatamente e trabalhar rapidamente em um cessar-fogo e, no fim, na PAZ!”, afirmou Trump em uma publicação em sua rede Truth Social.
Phumtham Wechayachai, primeiro-ministro interino da Tailândia, declarou em uma publicação no Facebook que, a princípio, concorda com um cessar-fogo, mas quer ver “intenções sinceras” do Camboja.
O combate entre os dois países asiáticos, que se expandiu ao longo de diversos pontos da fronteira nos últimos dias, já deixou pelo menos 33 mortos nos dois países desde quinta, e causaram a evacuação de mais de 160 mil civis no total.
A tensão entre Tailândia e Camboja vem de desavenças longevas por conta de antigos templos.
A fronteira de cerca de 800 quilômetros é disputada há décadas, mas confrontos anteriores foram limitados e breves. As tensões mais recentes começaram em maio, quando um soldado cambojano foi morto em um confronto que gerou uma crise diplomática e abalou a política interna da Tailândia.
Ao longo do conflito, houve alertas para uma possível guerra, diversos bombardeios a alvos militares, com denúncias de ataques a civis e crimes de guerra de ambos os lados. Ambos os países chamaram seus embaixadores de volta e a Tailândia fechou suas passagens fronteiriças com o Camboja.
Soldados do Exército da Tailândia andam em veículos blindados em uma estrada na província de Chachoengsao, perto da fronteira com o Camboja, em 24 de julho de 2025.
Lillian Suwanrumpha/AFP
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