
Foi inaugurada em Feira de Santana a primeira Oficina Ortopédica do Interior da Bahia. A unidade é uma iniciativa da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). O evento de inauguração aconteceu nesta quarta-feira (30).
O espaço fica localizado na Rua da Apae, e visa prestar assistência a pessoas com deficiência, proporcionando a produção e manutenção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.

As órteses são utilizadas principalmente para alinhar uma articulação, geralmente em casos de paralisia cerebral ou lesões neurológicas que podem evoluir para alguma deformidade. Já as próteses são utilizadas para substituir um membro, em pacientes que foram amputados, por exemplo.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Deraldo Azevedo, coordenador de prevenção e saúde da Apae em Feira de Santana, explicou que o principal objetivo é reduzir o tempo de demanda para que o paciente tenha acesso ao equipamento que ele precisa de maneira mais rápida.

“Antes nós contratamos uma empresa que vinha de 15 em 15 dias aqui em Feira para poder fazer a medida, levar esse material, trazia com dois, três meses para a pessoa aprovar e tinha mais três meses, para poder fazer a entrega. Com essa oficina, esse tempo todo vai diminuir. A ideia é poder fazer já a medida, com 15 dias a gente está confeccionando o equipamento e com mais 15 dias a gente está conseguindo fazer a entrega desse equipamento à pessoa, fazer a prova e dando tudo ok, já começar a reabilitação”
O coordenador informou que a produção já começa a partir desta quinta-feira (31). Para a efetiva fabricação das próteses e órteses, algumas máquinas vieram do Canadá e houve treinamento para que a equipe pudesse aprender a manuseá-las.
“Tem máquinas aqui que vieram do Canadá, são máquinas de última geração que no Brasil tem, mas não tem essa qualidade toda. Os dois ortoprotesistas que nós contratamos, foram capacitados e habilitados para trabalhar. Além disso, nós também, coordenação, supervisão e os demais colaboradores tivemos que aprender como funciona”

Deraldo explica que a realização da Oficina se deu pela lei de incentivo fiscal do Imposto de Renda através do Programa Nacional de Assistência à Saúde (Pronas) do Ministério da Saúde. Ele ressalta que um patrocinador bancou 100% do projeto nos últimos dois anos de execução.
“Ao invés dele pagar o imposto para o Governo Federal, ele repassa para a instituição que dá o recibo que ele apresenta lá no Ministério, e fica aqui aquele débito que ele teria com o Ministério.”

Segundo Cláudio Rios, responsável pelo setor de captação de recursos da Apae, o patrocínio principal foi fornecido através da lei de incentivos fiscais, pela Nubank, empresa brasileira de tecnologia financeira. Outros patrocinadores, como a cooperativa financeira Sicredi, também colaboraram para a instalação de pisos e parte elétrica, além de outros custeios que não foram cobertos pelo Pronas.
A princípio esse patrocínio garantirá manutenção dos serviços por 24 meses. Ao longo desses meses a expectativa é encontrar novos patrocinadores para conseguir manter o projeto nos próximos anos.

“O recurso principal foi que permitiu estruturar, ele é um recurso que tem um tempo determinado. O projeto tem ao todo uma duração de 24 meses, então a gente amplia a capacidade de atendimento e a capacidade de confecção desses dispositivos. Depois dos 24 meses, a gente vai ter que buscar outras formas de custeio.”, pontuou.
A fisioterapeuta Hortência Magalhães, irá coordenar a Oficina Ortopédica. Ela esclareceu que além da fabricação e manutenção dos equipamentos, o paciente também terá acesso a um processo de reabilitação para aprender a utilizá-lo.

“São fornecidos tanto a orientação quanto a reabilitação porque o paciente precisa estar apto para usar esse dispositivo, principalmente a prótese. Eles precisam estar preparados para poder andar, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo, sem risco de queda, sabendo como manusear o objeto, como colocar, como tirar e os cuidados que ele deve ter, tanto com o membro residual, que é o coto, quanto também com a própria saúde.”
Para acesso ao serviço, a fisioterapeuta orienta que pessoas que são de outros municípios precisam ser reguladas através da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Quem reside em Feira de Santana, pode entrar em contato através do WhatsApp, ou comparecer diretamente na recepção da Apae.
Hortência esclarece também que a velocidade da fabricação e das manutenções beneficiará à todos.
“Dentro dessa oficina, com o aumento da produção, a gente vai conseguir atender a nossa demanda, que é muito grande. A gente atende hoje 47 municípios e expandir essa demanda para outros municípios circunvizinhos aqui de Feira”, concluiu a profissional.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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