Eucalipto, exportações e megafábricas: os motores que colocam MS no mapa global da celulose

O avanço de enormes florestas de eucalipto e a construção de modernas fábricas de celulose refletem em uma transformação acelerada no Centro-Oeste brasileiro. O movimento não é isolado: trata-se de uma mudança econômica que coloca o estado de Mato Grosso do Sul entre os maiores polos de produção de celulose do mundo, unindo tecnologia, crescimento industrial e impacto social.

Os números sustentam essa consolidação, com as exportações de celulose do estado crescendo 80,37% no primeiro quadrimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, gerando um superávit comercial de US$ 2,46 bilhões, segundo a Semadesc. A indústria de papel e celulose já representa 10,7% do PIB estadual, movimentando R$ 15,78 bilhões em 2024, e contribui para a previsão de crescimento de 5,5% do PIB em 2025, com o agronegócio como principal motor.

Para a Suzano, maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a região oferece um conjunto de vantagens que favorece investimentos de longo prazo. “O Mato Grosso do Sul é uma região ricamente privilegiada, onde se pode investir e produzir com vantagens físicas e econômicas visíveis, gerando benefícios sociais para todos. Além da localização privilegiada, centro dos principais mercados consumidores, o estado possui rotas diversas de escoamento e abastecimento de produtos, espaço para implementação de grandes polos industriais, oportunidades de aprimorar mão de obra, dentre outras vantagens”, avaliou Maurício Miranda, Diretor Industrial de Celulose Regional Sul da companhia.

INFRAESTRUTURA E BASE FLORESTAL

A presença da Suzano no estado começou em 2009, com a unidade de Três Lagoas, e evoluiu para 3,25 milhões de toneladas/ano em 2017, com a expansão da segunda linha. O grande marco veio em julho de 2024, com a inauguração da fábrica de Ribas do Rio Pardo, a maior do mundo em linha única, com 2,55 milhões de toneladas/ano. Hoje, somadas as unidades, a empresa atinge 5,8 milhões de toneladas/ano e gera mais de 9 mil empregos diretos.

A base florestal, com 808 mil hectares (sendo 250 mil de áreas destinadas à conservação), aliada à topografia plana e blocos contíguos de plantio, garante uma operação altamente mecanizada e eficiente. “Na Unidade de Ribas do Rio Pardo, a logística da companhia é eficiente, com raio médio estrutural de 65 km entre as florestas e a unidade industrial e cerca de 50% do transporte é realizado por hexatrens, o que contribui para a redução de emissão de carbono nas operações”, afirmou Maurício.

A base florestal da Suzano no estado soma 808 mil hectares, dos quais 250 mil são dedicados à conservação da biodiversidade. (Foto: Divulgação/Suzano)

O uso de inteligência artificial, Big Data e Machine Learning complementa o manejo, permitindo prever produtividade, definir clones adequados e ajustar cada fase do cultivo. Desde 2023, a companhia também opera o primeiro módulo mecanizado de plantio de eucalipto do Brasil, em parceria com a Komatsu.

IMPACTO SOCIAL E TRANSFORMAÇÃO REGIONAL

Além dos números impressionantes da produção industrial, a chegada da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS) trouxe mudanças na vida da população. “A Suzano investiu mais de R$ 300 milhões em um amplo conjunto de iniciativas em Ribas do Rio Pardo visando preparar a cidade para a construção e operação da fábrica, incluindo a construção de 954 casas para seus(as) colaboradores(as), Centro Médico Sepaco, melhorias na infraestrutura local e apoio a projetos sociais”, acrescentou o diretor.

Como parte do Plano Básico Ambiental (PBA), 21 projetos em saúde, educação, desenvolvimento social, habitação e segurança foram implementados, incluindo a ampliação do hospital municipal, a construção de uma Estratégia de Saúde da Família, uma Casa de Acolhimento, uma Delegacia da Polícia Civil e uma unidade da Polícia Rodoviária Federal.

Na frente social, sete eixos estruturam as ações da empresa, com foco em educação, geração de renda, proteção de direitos e fortalecimento da economia local. Em 2024, cerca de 522 famílias foram beneficiadas por programas de fomento à agricultura familiar, apicultura, economia circular e criativa. Projetos como Inclusão Produtiva, Colmeias e Sementes do Mutum promovem capacitação, inclusão social e desenvolvimento sustentável em diversos municípios do estado.

Profissionais capacitados atuam na silvicultura e colheita da Suzano em Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação/Suzano)

Mais de 200 pessoas foram formadas em silvicultura, com 40% de contratação. Na colheita, 370 profissionais receberam capacitação e na área industrial, 198 concluíram cursos técnicos e pós-técnicos, com 66,6% de empregabilidade. Esses números devem crescer, com previsão de mais 700 vagas para colheita e 300 para logística em 2025.

“Na educação, por exemplo, a Suzano tem contribuído para a melhoria da qualidade do ensino público na região por meio da capacitação de professores e professoras. Na geração de renda, o foco está no apoio a iniciativas como agricultura familiar, apicultura, pecuária, economia circular e criativa. Já na proteção de direitos, as ações são focadas na prevenção da violência contra crianças, adolescentes e mulheres, público considerado prioritário nessa frente de atuação”, disse o diretor.

OLHAR PARA O FUTURO

O Projeto Cerrado, a maior planta industrial de celulose de linha única do mundo, que envolve a unidade de Ribas do Rio Pardo da empresa, recebeu R$ 22,2 bilhões em investimentos, sendo R$ 15,9 bilhões destinados à planta industrial e R$ 6,3 bilhões à base florestal e logística. Em menos de um ano, a fábrica atingiu 2 milhões de toneladas produzidas em apenas 321 dias de operação, marcando um desempenho recorde.

Fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), nomeada Projeto Cerrado. (Foto: Divulgação/Suzano)

Em linha com sua estratégia de expansão, a empresa anunciou em 2025 uma joint venture com a Kimberly‑Clark, avaliada em US$ 3,4 bilhões, para produzir papéis higiênicos, guardanapos e lenços faciais para mais de 70 países. “A transação está alinhada à estratégia de longo prazo da companhia de crescimento com criação de valor e disciplina financeira, em negócios que possuam escalabilidade e nos quais a companhia possa alavancar sua competitividade por meio de sua eficiência operacional”, finalizou o diretor.

Com a chegada de outros gigantes do setor e a criação de rotas logísticas como a Rota da Celulose, Mato Grosso do Sul hoje é definido como o Vale da Celulose brasileiro, transformando sua economia e mostrando que desenvolvimento e responsabilidade socioambiental podem caminhar juntos.

Com megainvestimentos, geração de empregos qualificados e avanços tecnológicos, Mato Grosso do Sul conquistou um espaço relevante nas exportações brasileiras, impulsionando o crescimento e a prosperidade da região. Para a Suzano, o estado já vai além de uma plataforma competitiva: é um lugar onde tecnologia, natureza e pessoas se unem para levar produtos brasileiros ao mundo. Essa combinação o transforma em referência em produção sustentável, conectando o Centro-Oeste aos principais mercados globais e abrindo caminho para um futuro de desenvolvimento econômico e social duradouro para toda a comunidade.

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