
Em novembro de 2023, Frank Lane, um britânico, percebeu um caroço firme no lado direito do pescoço. Tinha o tamanho de um ovo cozido. Ele achou que pudessem ser glândulas inchadas após um treino na academia.
Duas semanas depois, sem mudanças, ele foi ao médico. Ao examinar sua garganta, a médica viu o nódulo projetando-se do topo de uma das amígdalas. Uma biópsia foi realizada. Dez dias depois, veio o diagnóstico: câncer de garganta.
A causa surpreendeu Frank. Os médicos explicaram que o câncer foi provavelmente causado pelo Papilomavírus Humano, o HPV. O vírus, segundo eles, foi contraído por Frank cerca de 40 anos antes, durante seu serviço no exército, através do contato sexual oral. Essa via de transmissão é um fator de risco significativo para um tipo específico de câncer na região da orofaringe (que inclui as amígdalas e a base da língua).
O HPV não é incomum. Existem mais de 200 tipos diferentes, e ele representa a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum nos Estados Unidos. Muitas pessoas associam o HPV principalmente a verrugas genitais ou ao câncer do colo do útero. Contudo, sua ligação com o câncer de orofaringe é cada vez mais reconhecida e estudada.
Por que o sexo oral entra nessa história? O vírus HPV, quando transmitido oralmente, pode infectar as células da garganta. Na maioria das pessoas, o sistema imunológico elimina o vírus naturalmente, sem consequências graves.
No entanto, para uma minoria, isso não acontece. Especialistas, como o Dr. Hisham Mehanna da Universidade de Birmingham, explicam que uma possível falha em um aspecto específico do sistema imunológico pode impedir a eliminação do vírus. Nesses casos, o HPV persiste e se replica.
Com o tempo, em alguns indivíduos, o material genético do vírus pode se integrar ao DNA das células infectadas na garganta. Essa integração aleatória pode, em certas situações, desencadear mudanças que transformam essas células em cancerosas. O processo é lento e silencioso, podendo levar décadas, como aconteceu com Frank.
Quanto maior a exposição ao vírus, maior o risco. Pesquisas indicam que o número de parceiros sexuais ao longo da vida, especialmente parceiros com quem se pratica sexo oral, é um fator crucial. Indivíduos que relatam seis ou mais parceiros de sexo oral ao longo da vida têm um risco 8,5 vezes maior de desenvolver câncer de orofaringe relacionado ao HPV do que aqueles que nunca praticaram.
Estima-se que cerca de 18.000 pessoas recebam um diagnóstico de câncer de garganta nos Estados Unidos a cada ano. Médicos observam um aumento nos casos, particularmente entre pessoas mais jovens, e a prática de sexo oral é apontada como uma das razões para essa tendência.
Frank enfrentou um tratamento intensivo após o diagnóstico. Ele passou por duas rodadas de quimioterapia, seguidas por seis semanas de radioterapia diária. Ele descreveu a radioterapia como a experiência mais dolorosa de sua vida, superando até desafios enfrentados durante seus 12 anos no exército. Felizmente, o tratamento foi bem-sucedido. Frank está livre do câncer.
Este caso traz à tona uma conexão ainda não amplamente conhecida pelo público: uma infecção viral comum, transmitida sexualmente, pode ter consequências graves décadas depois, manifestando-se em uma parte do corpo inesperada. A história de Frank Lane ilustra a importância da pesquisa contínua sobre o HPV e seus impactos diversos na saúde humana.
Esse Médico revela ligação entre sexo oral e câncer de garganta enquanto pai fica “surpreso” ao receber diagnóstico foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.