Depois de visitar Bolsonaro e se reunir com governadores da direita, Tarcísio de Freitas defende anistia aos golpistas

Em linha com a estratégia bolsonarista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu, nesta quinta-feira (7), que o Congresso analise a proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro como forma de “desescalar a crise”, que chamou de “marcha da insensatez”.

“O Congresso Nacional tem que ter autonomia para legislar sem pressão. O Congresso Nacional tem um papel importante, pode atuar nessa desescalada, e os parlamentares precisam ter tranquilidade”, afirmou Tarcísio, na saída de uma reunião em Brasília com governadores de direita, em que estiveram presentes Ronaldo Caiado (União), de Goiás, Mauro Mendes (União), do Mato Grosso, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Ratinho Junior (PSD), do Paraná, Cláudio Castro (PL), do Rio, e Wilson Lima (União), do Amazonas, além do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), que participou remotamente do encontro.

“A gente não pode ter um Poder se sobrepondo ao outro. Os Poderes têm que contribuir para desescalar a crise”, disse Tarcísio, que na tarde desta quinta visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontra em prisão domiciliar por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Já Caiado falou de outro tema que também é parte da investida da oposição no Congresso contra o Poder Judiciário. A extrema direita articula para que seja colocada em pauta a PEC 8/2021, que proíbe a suspensão de lei ou de atos dos presidentes da República, do Senado, da Câmara dos Deputados e do Congresso por decisão monocrática de integrante de tribunal.

A proposta ganhou força após o ministro do STF revalidar o decreto Executivo de aumento do IOF, que tinha sido derrubado pelo Congresso. “O Supremo Tribunal Federal deve sempre em decisões como essas, delicadas como são, ouvir o Pleno. Decisões monocráticas só fazem acirrar o clima entre os membros e a população”, disse o governador goiano.

Viralatismo

A reação inicial do governador de São Paulo às tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros foi duramente criticada. De um lado, setores industriais paulistas ficaram insatisfeitos com a postura subserviente de Tarcísio. Por outro, o próprio articulador das sanções contra o Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, demonstrou insatisfação com o aliado por criticar, ainda que de maneira tímida, a decisão do presidente estadunidense Donald Trump.

Desde então, o Tarcísio tem se concentrado em criticar o que chamou hoje de “imprudência” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas relações internacionais, culpando o chefe do Executivo pelas tarifas. “A gente acabou indo por um caminho muito ruim, que acabou agredindo um parceiro histórico”, disse.

Freitas também criticou a suposta falta de transparência do governo em relação às medidas de enfrentamento às consequências do tarifaço. “As tarifas entraram em execução e a gente não tem clareza daquelas medidas que serão tomadas”, afirmou.

Na ocasião, os governadores criticaram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por haver afirmado que “nem se tivesse 81 assinaturas” pautaria o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, o que foi qualificado pelo governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, como “autoritário”.

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