
Imagens mostram incêndio em árvore que foi cortada no Centro de Taubaté
Um vídeo flagrou o momento em que uma figueira centenária, de 25 metros, pegou fogo na Praça da Eletro, em Taubaté (SP) na semana passada – assista acima. Nas imagens é possível ver a base da árvore histórica em chamas, com muita fumaça saindo de dentro do tronco.
O incêndio aconteceu na noite do dia 31 de julho. A suspeita é que o fogo tenha sido colocado intencionalmente, se configurando como um incêndio criminoso. O caso é investigado pela Polícia Civil e, até o momento, ninguém foi responsabilizado pelo ocorrido.
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Por causa do incêndio, a Prefeitura afirmou que a árvore tinha risco de queda, e, por questões de segurança, foi montada uma operação para cortar a árvore. Após dias de cortes, a derrubada da figueira aconteceu na tarde desta quinta-feira (7).
VÍDEO mostra derrubada de árvore centenária de 25 metros que foi incendiada em Taubaté
Arquivo pessoal/g1
A Prefeitura alega que antes do incêndio a árvore já apresentava riscos e havia o planejamento de cortá-la, mas que a supressão foi antecipada devido ao incêndio.
A TV Vanguarda teve acesso com exclusividade ao laudo que atesta que a árvore estava condenada por oferecer riscos à população, principalmente em períodos de chuva e forte ventania.
De acordo com o documento, havia “presença de fungos, processo avançado de biodeterioração, sintomas e sinais de pragas”. O documento acrescenta ainda “doenças associadas à morte ou ao declínio” da árvore.
O laudo cita também que, pelo “risco de queda e dano ao patrimônio”, o manejo recomendado foi a supressão — que é a retirada completa da árvore.
“O caule da figueira estava completamente oco por dentro. Para vocês terem uma ideia, existiam duas pessoas em situação de rua que estavam morando dentro do caule da árvore. E a gente estava monitorando essa situação, a inclusão social. Já tinha feito abordagem a essas pessoas, mas elas se negavam a ir para o abrigo e permaneciam dentro da árvore”, explicou Antônio Oliveira Neto (Novo), vice-prefeito e secretário de Serviços Públicos de Taubaté.
Árvore gigante que pegou fogo na Praça da Eletro, em Taubaté
Rauston Naves/TV Vanguarda
“Poderia ser fatal para a população (a queda da árvore), considerando que ali é uma área pública, onde tem um fluxo grande de veículos, de pedestres. E lembrando que aqui, em 2025, nas chuvas de verão, mais ou menos ali em meados de março, nós chegamos a 113 km por hora dos vendavais, das rajadas naquela região”, completou o Luís Henrique Ribeiro, gestor da Defesa Civil de Taubaté.
O ambientalista e biólogo Ronaldo Santos, ouvido pela TV Vanguarda, discorda da decisão da Prefeitura de fazer a derrubada da árvore centenária.
“O que a gente está vendo, as imagens que estão mostrando, o caule da árvore, em algumas situações, ele está muito compacto, está muito vivo. A figueira, ela apresenta esse comportamento mesmo de uma abertura próxima às raízes. E é uma planta de raízes tabulares. O grande trabalho que eles tiveram aqui, muitos dias, já faz uma semana isso, para conseguir derrubar essa gigante, foi justamente porque essas raízes é que dão suporte”, defendeu o biólogo.
Incêndio em árvore centenária gigante que foi cortada em Taubaté, SP
Reprodução/TV Vanguarda
A situação tem gerado polêmica na cidade, pois, além da derrubada da figueira que faz parte da história da cidade, ao menos outras 13 árvores da Praça da Eletro também estão sendo cortadas pela Prefeitura de Taubaté.
Segundo a prefeitura, no processo de supressão da árvore de 25 metros, outras árvores foram danificadas e algumas árvores também já tinham laudos que apontavam a necessidade de supressão. Por isso, outras 13 árvores estão sendo cortadas da praça.
Os laudos originais sobre a avaliação das outras 13 árvores que estão sendo cortadas não foram cedidos pela gestão municipal, mas, em uma nota técnica, a Prefeitura resumiu a situação das árvores condenadas.
A gestão alega que duas tinham grau de risco extremo, entre elas, a figueira centenária que foi derrubada. Outras oito tinham grau alto e quatro tinham grau médio de causar danos.
Entre os problemas apontados no documento, a maioria das árvores apresentava colo e tronco com rachadura, processos de biodeterioração e algumas com presença de sintomas e sinais de pragas.
Segundo a prefeitura, o município deve plantar pelo menos 10 árvores a cada árvore retirada. Por causa do volume de plantio, a compensação ambiental não vai ser feita exclusivamente na praça, mas também em outros pontos da cidade.
A prefeitura informou que a Secretaria de Meio Ambiente e Bem-estar Animal está estudando a forma de fazer a compensação ambiental da figueira e das outras 13 árvores, checando quais espécies e em quais locais serão realizados novos plantios.
Defesa Civil, Bombeiros e agentes de trânsito montaram uma operação para fazer o corte da árvore desde a última sexta-feira, dia 1º de agosto. Parte da praça foi interditada por questão de segurança e o trânsito na região também sofreu alterações durante o corte.
Árvore gigante que pegou fogo na Praça da Eletro, em Taubaté
Rauston Naves/TV Vanguarda
Árvore gigante que pegou fogo na Praça da Eletro, em Taubaté
Rauston Naves/TV Vanguarda
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