
Atobá-mascarado volta a se reproduzir em forte de Fernando de Noronha após quatro anos – Imagem/Bruno Galvão
O atobá-mascarado (Sula dactylatra) voltou a se reproduzir no Forte São Joaquim do Sueste, em Fernando de Noronha, após quatro anos (veja vídeo acima). O nascimento de um filhote na área foi comemorado por cientistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O filhote foi encontrado na fortaleza, que faz parte do Parque Nacional Marinho. A confirmação foi feita pela equipe da Área Temática de Pesquisa e Manejo do ICMBio nesta sexta (8).
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Segundo os especialistas, o atobá-mascarado mergulha com facilidade e costuma fazer ninhos em cavidades ou áreas abertas. Porém, enfrenta dificuldades em locais com muita presença humana e com predadores exóticos, como ratos e tejus.
Nos últimos anos, o instituto vinha registrando a ausência de ninhos da espécie em áreas favoráveis à reprodução na ilha.
“A visitação permitia o acesso livre de pessoas naquela região, gerando estresse para as aves. Além disso, a presença de espécies invasoras, como ratos e tejus, que se alimentam dos ovos e filhotes das aves”, explicou o pesquisador do ICMBio em Noronha, Lucas Penna.
Aves passaram voltaram a se reproduzir no Forte do Sueste
Bruno Galvão/Acervo pessoal
Para proteger os ninhos, o ICMBio fez ordenamento das trilhas no Forte do Sueste e delimitou a área de nidificação, integrando a sinalização à paisagem.
“Delimitamos o local de forma discreta, integrada à paisagem, para restringir o acesso e diminuir o fluxo de pessoas. Essa medida reduz o estresse das aves e podem permanecer mais tempo no local, além de tornar um novo atrativo para os visitantes”, destacou Penna.
Outra ação importante foi o controle de espécies invasoras, como ratos e tejus (Salvator merianae), que representam uma grande ameaça para as aves, segundo os especialistas.
“No caso específico dos tejus, foi realizada uma ação de retirada controlada, o que provavelmente contribuiu para o êxito da reprodução do atobá este ano”, explicou a médica veterinária do ICMBio, Taysa Rocha.
Área foi delimitada para proteção das aves
Lucas Penna/ICMBio
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O condutor de visitantes Bruno Galvão, que atua como voluntário no apoio aos pesquisadores, registrou o novo ninho.
“A fêmea construiu o ninho, o filhote nasceu e consegui fotografar. Busco unir turismo e conservação. Esse resultado é fruto do trabalho do ICMBio”, disse.
Para os pesquisadores, o retorno da reprodução no Forte São Joaquim representa um avanço importante.
“O sucesso na reprodução do atobá-mascarado é uma conquista para a conservação da espécie e reforça o valor das ações integradas de manejo, fiscalização e educação ambiental em Noronha”, avaliou Taysa Rocha.
Folhote de atobá-mascarado foi registrado no Forte do Sueste
Bruno Galvão/Acervo pessoal
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