
Estilo de vida sedentário, alimentação rica em gordura saturada e noites mal dormidas. Soa familiar? Estes comportamentos são verdadeiros vilões para a saúde cardiovascular, contribuindo diretamente para o aumento do colesterol.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, cerca de 23 milhões de pessoas (ou 14,6% da população) foram diagnosticadas com colesterol alto. As mulheres lideram, com 17,6% de diagnósticos contra 11,1% entre os homens. A faixa entre 65 e 74 anos é a que tem o maior percentual: 28,7% dos indivíduos apresentaram altos índices de colesterol.
No Dia de Combate ao Colesterol, 08 de agosto, especialista trazem cinco hábitos que são prejudiciais para a saúde.
O colesterol não é um vilão
Apesar de muitas pessoas pensarem o contrário, o colesterol, não é algo negativo. Segundo o cardiologista André Cogo Dalmaschio, da Cardiodiagnóstico, ele é fundamental para a produção de hormônios e para o funcionamento celular.
O problema está no desequilíbrio, especialmente quando há excesso de colesterol LDL, conhecido como ‘colesterol ruim’, associado a fatores como sedentarismo, alimentação desequilibrada e genética.
André Cogo Dalmaschio, cardiologista
O especialista ainda ressalta que a elevação desse índice é um dos fatores de risco mais importantes para doenças como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), duas das principais causas de morte no Brasil.
5 hábitos que contribuem para a elevação do colesterol
Alimentação rica em gordura saturada e ultraprocessados
Carnes gordurosas, frituras, embutidos, fast food e alimentos industrializados ricos em gordura trans aumentam os níveis do colesterol LDL. Ao mesmo tempo, esse padrão alimentar reduz o colesterol HDL, conhecido como “colesterol bom”.
Sedentarismo
A falta de atividade física impacta diretamente o metabolismo de gorduras. Além de contribuir para o ganho de peso, o sedentarismo reduz a capacidade do organismo de eliminar o colesterol ruim.
Tabagismo
Fumar agrava o acúmulo de placas de gordura nas artérias e diminui o colesterol bom. Mesmo o tabagismo passivo já é considerado um fator de risco para doenças cardiovasculares.
Consumo excessivo de álcool
Embora doses pequenas e esporádicas de bebidas alcoólicas possam ter algum efeito protetor em determinadas condições, o consumo regular e excessivo causa aumento dos triglicerídeos e pode elevar o colesterol total.
Privação de sono e estresse crônico
Dormir mal e viver sob estresse constante afetam hormônios relacionados ao apetite e ao metabolismo, elevando os níveis de colesterol e favorecendo o acúmulo de gordura abdominal.
Prevenção cedo e contínua
Segundo o cardiologista Eduardo Santos, também da Cardiodiagnóstico, a prevenção deve começar cedo e ser contínua.
“É fundamental manter uma alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas, vegetais e gorduras boas, como as presentes em azeite, abacate e peixes. Além disso, praticar atividades físicas regularmente e evitar o tabaco e o álcool em excesso são pilares para manter o colesterol em níveis saudáveis”, destaca o médico.
Ela ainda destaca que a avaliação regular com um cardiologista e o controle por meio de exames laboratoriais são indispensáveis. Em alguns casos, mesmo com hábitos saudáveis, a medicação pode ser necessária, especialmente em pessoas com predisposição genética ou histórico familiar de doenças cardiovasculares.
“Tratar o colesterol alto é investir em qualidade e expectativa de vida. O risco cardiovascular pode ser drasticamente reduzido quando atuamos de forma preventiva”, conclui Dalmaschio.