
Bruno Valadares de Almeida, denunciado como mandante do assassinato do empresário Wallace Borges Lovato, em junho deste ano, na Praia da Costa, em Vila Velha, trabalhava para a vítima e temia ser acusado de desviar dinheiro da empresa.
Na denúncia do promotor Evaldo França Martinelli, do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), é descrito que o réu, que atuava como diretor financeiro da Globalsys, estava envolvido em desvios de dinheiro da empresa de tecnologia e Wallace havia contratado uma auditoria para apurar o caso.
Com medo de ser descoberto e responsabilizado, segundo a denúncia, Bruno decidiu matar o empresário e para isso contratou Bruno Nunes da Silva, único réu ainda foragido pelo caso, para intermediar negociações com possíveis executores.
A participação de cada acusado
Bruno da Silva entrou em contato com Arthur Luppi, que segundo apontou a investigação da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, já sabia de todo o plano para matar o empresário e concordou.
Arthur Luppi foi o motorista que levou o executor até o local. Foi ele quem conseguiu o carro Fiat Pulse, com restrição de furto e roubo, utilizado no crime. Foi também ele próprio quem adulterou as placas do veículo e instalou insulfilme no automóvel.

Um segundo intermediador, Eferson Ferreira, foi responsável por trazer o executor do crime, Arthur Neves de Barros, de Teixeira de Freitas, na Bahia, para cometer o assassinato.
Eferson também alugou um apartamento para ele e o executor se hospedarem logo após o crime, além de um carro para que Arthur Neves fugisse para a Paraíba logo após matar Wallace.
Motivação do homicídio
Segundo a denúncia, as motivações para o assassinato são inequívocas: o desejo do mandante de não ser incriminado pelos desvios que cometia e o recebimento de dinheiro por parte dos outros envolvidos.

“O recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que foi emboscada e covardemente morta pelas costas, e o emprego de armamento de maior letalidade (pistola 9mm) são típicos de delitos mercenários e, por estarem na esfera de previsibilidade e assentimento, também se estendem a todos os denunciados”, afirma o promotor na denúncia.
Denúncia e crimes
Segundo a denúncia, os réus poderão responder por adulteração de sinal identificador de veículo, praticado por Bruno Luppi, com finalidade de dificultar a identificação dos acusados no local.
Eles responderão por homicídio qualificado por promessa de recompensa, o que qualifica motivo torpe, e por meio de emboscada, que dificultou a defesa da vítima.
O que diz a defesa
Por nota, o advogado Leandro Cássio Mantovani de Freitas, que representa Arthur Luppi, informou que as investigações foram encerradas e que a defesa já começou sua estratégia processual.
“Com base em uma análise minuciosa dos autos e em estratégia processual já definida, a defesa dará início, de forma imediata e coordenada, à fase de apresentação da resposta à acusação, bem como à formulação de pedidos de liberdade e demais medidas oportunas, assegurando o pleno exercício do direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório”, disse.
Relembre o caso
Wallace Borges Lovato, 42 anos, foi morto com um tiro na cabeça, no dia 9 de junho, na Avenida Champagnat, na Praia da Costa. O crime aconteceu em frente à empresa da vítima.
O veículo utilizado pelo atirador foi encontrado a cerca de 1,8 quilômetro do local, na alça de acesso à Terceira Ponte, no dia seguinte ao crime. O veículo era roubado e estava com placas adulteradas.
Veja o vídeo do crime: