
O Brasil encerrou 2024 com 1.949 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), segundo o Anuário da Cerveja 2025, divulgado nesta semana. O crescimento foi de 5,5% em relação ao ano anterior, com 102 novos estabelecimentos adicionados à base de dados.
O país conta hoje com 43.176 cervejas e 55.015 marcas registradas no Mapa. O estado com o maior número de cervejas registradas segue sendo São Paulo, com 12.803 registros e 427 cervejarias, maior número absoluto entre os estados. O Rio Grande do Sul, por sua vez, lidera em densidade populacional, com uma cervejaria para cada 32.177 habitantes. Já Santa Catarina registrou o maior crescimento percentual no número de estabelecimentos (11,1%).
A média nacional é de 22,2 cervejas registradas por estabelecimento. E, no total, 790 municípios brasileiros contam com pelo menos uma cervejaria. O Rio de Janeiro é o estado com maior dispersão territorial, com 43,5% dos seus municípios tendo ao menos uma cervejaria registrada.
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Espírito Santo se destaca com maior crescimento em registros de cervejas
No Espírito Santo, o setor cervejeiro deu um salto em 2024. O estado foi o que mais cresceu no número de cervejas registradas, passando de 1.221 para 1.434 produtos registrados no Mapa, aumento de 17,4%. Isso significa que os produtores capixabas têm apostado fortemente na criação de novos estilos e na diversificação da oferta ao consumidor.
O estado também chegou à marca de 90 cervejarias, uma alta de 9,8% em relação ao ano anterior. Com isso, o Espírito Santo aparece como o sétimo estado com mais cervejarias no país e ocupa o terceiro lugar em densidade, com uma cervejaria para cada 45.579 habitantes.
Além disso, 31 municípios capixabas têm pelo menos uma cervejaria registrada, o que representa 39,7% das cidades do estado. Destaque para Vila Velha, na Grande Vitória, que concentra 15 cervejarias, sendo o único município capixaba com mais de 10 estabelecimentos registrados.
Turismo e eventos impulsionam mercado
Segundo José Olavo Medici Macedo, diretor da Associação das Indústrias de Cerveja Artesanal do Espírito Santo (AICERVA) e fundador da primeira cervejaria artesanal registrada no estado, a Else Beer, o crescimento está fortemente ligado à valorização do turismo e à profissionalização das cervejarias artesanais.

“O crescimento do setor cervejeiro no Espírito Santo está muito ligado ao turismo e ao trabalho que vem sendo feito para profissionalizar as cervejarias artesanais. Praticamente todas se transformam em atrativos turísticos, com bares, visitação e experiências. E isso movimenta a economia local. Além disso, temos projetos como o Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal, que percorre várias regiões do estado com eventos voltados exclusivamente para a cerveja artesanal, e a Copa Capixaba, que é um concurso que estimula a produção de novos estilos e a busca por qualidade. O resultado disso está nos números: somos o estado que mais registrou novas cervejas no país em 2024. Mas é um mercado que exige muito esforço”, destaca José Olavo.
Projetos como o Circuito Capixaba de Cerveja Artesanal, promovido pela AICERVA em parceria com o Governo do Espírito Santo, percorrem cinco regiões levando capacitação, degustações e incentivo à produção local. Já a Copa Capixaba de Cerveja Artesanal, realizada anualmente, estimula a busca por qualidade e variedade, o que se reflete no crescimento de novos registros.
“Esses projetos fazem com que o consumidor conheça mais sobre o universo da cerveja artesanal e isso impulsiona o mercado local”, completa.
Apesar do avanço, Macedo lembra que empreender no setor exige dedicação. “É um mercado competitivo e com margens apertadas. O cervejeiro precisa estar dentro da fábrica, participar de eventos, cuidar da entrega… É paixão e trabalho lado a lado.”
Com um crescimento expressivo em número de registros, alta densidade e capilaridade em quase 40% dos municípios, o Espírito Santo consolida sua posição como um dos polos mais promissores da cerveja artesanal no Brasil.
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