Jovem indígena Txai Suruí vai representar SP em comitê da ONU sobre mudanças climáticas


Uma jovem indígena de 27 anos foi escolhida nesta terça-feira (13) pela ONU para integrar o Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudança Climática, criado pelo secretário-geral António Guterres para aconselhar líderes mundiais sobre ações urgentes diante da crise ambiental.
Única indígena e também única brasileira a discursar na Conferência do Clima da ONU em 2021, Txai Suruí agora foi escolhida para representar São Paulo no Comitê da ONU sobre Mudança Climática.
Nascida no povo Paiter Suruí, em Rondônia, Txai se formou em Direito pela Universidade Federal de Rondônia. Atualmente, vive na Terra Indígena Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, com os Guarani Mbya. No local, participa de ações de reflorestamento, proteção das nascentes, reintrodução de abelhas nativas e defesa da fauna e flora ameaçadas pela expansão urbana e pelas queimadas.
“Para nós, a floresta é tudo. A gente também faz parte desse ecossistema e sempre viveu com a floresta, dependendo dela”, afirma Txai.
Única indígena a discursar na Conferência do Clima da ONU em 2021, Txai Suruí vai representar SP em comitê da ONU sobre mudanças climáticas
Reprodução
Ela lembra que, quando chegou ao Jaraguá, muitas pessoas nem sequer sabiam da existência de povos indígenas vivendo na capital paulista.
A trajetória de Txai inclui a fundação do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia e a produção de documentários premiados. Mas foi durante a COP 26, em Glasgow, há quatro anos, que seu discurso a projetou internacionalmente. Na ocasião, ela foi a única representante do Brasil entre quase 200 líderes globais reunidos para debater o clima.
O grupo do qual ela fará parte na ONU reúne 14 jovens de diferentes países, com o objetivo de alinhar políticas às metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Para Txai, a experiência é também uma oportunidade de levar a realidade de São Paulo ao cenário internacional.
“É uma cidade que precisa olhar com mais carinho para seus rios, proteger as nascentes e cuidar dos animais que vivem aqui. Estamos vendo as florestas no entorno do Jaraguá desaparecerem e isso afeta todos nós”, diz.
Txai Suruí, ativista de 24 anos, faz discurso na abertura da COP-26
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