O impacto devastador da doença em coelhos “Frankenstein” com “tentáculos” enquanto invadem os EUA

O impacto devastador da doença em coelhos "Frankenstein" com "tentáculos" enquanto invadem os EUA

Algo estranho e perturbador vem afetando populações de coelhos nos Estados Unidos. Uma doença rara transforma esses animais fofinhos, frequentemente associados à Páscoa ou a presentes infantis, em criaturas que parecem saídas de um conto de terror. Surgem crescimentos grotescos, semelhantes a chifres ou tentáculos, em seus rostos.

Mas como surgem esses “chifres”? Não é obra de um cientista louco em um castelo gótico. A realidade é mais sombria e natural. O responsável é o vírus do papiloma do coelho de cauda branca, conhecido como vírus de Shope.

Esse vírus é um DNA oncogênico. Isso significa que ele causa tumores. Ele costuma ser transmitido por insetos sugadores de sangue, como mosquitos e carrapatos. Quando picam um coelho, podem injetar o vírus na pele do animal.

Um coelho infectado pode transmitir o CRPV para outros coelhos

Um coelho infectado pode transmitir o CRPV para outros coelhos

O resultado são tumores cutâneos. Eles se desenvolvem principalmente na cabeça do coelho. Esses crescimentos são verrugas duras e córneas. Seu aspecto é realmente chocante, lembrando chifres ou garras saindo do focinho, boca ou ao redor dos olhos.

Qual o impacto real desse vírus? Para os coelhos, é uma doença séria e potencialmente fatal. Alguns indivíduos conseguem combater a infecção. Os tumores podem regredir após cerca de um ano. Mas para outros, o desfecho é trágico.

Os “chifres” não são apenas uma questão estética. Se crescerem perto dos olhos, podem causar cegueira progressiva. Pior ainda, quando obstruem a boca, impedem o coelho de se alimentar e beber água adequadamente. Nesses casos, o animal sofre não apenas pela presença física dos tumores, que podem causar dor e desconforto, mas também pelas consequências graves, como fome e desidratação, que muitas vezes levam à morte lenta. Mesmo quando não é fatal, a doença enfraquece o animal, reduz sua capacidade de fugir de predadores e prejudica seu bem-estar geral.

Como a doença se espalha? Os insetos vetores são a principal via. Mas o vírus também é contagioso entre coelhos. O contato direto com um animal infectado pode transmiti-lo. Compartilhar comedouros, bebedouros ou camas contaminados também é um risco.

O que dizem as autoridades sobre isso? O Colorado Parks and Wildlife (CPW) monitora a situação. Eles afirmam que os tumores, por si só, nem sempre são uma sentença de morte. Muitos coelhos selvagens conseguem sobreviver à infecção.

A recomendação oficial é clara. Só se deve considerar a eutanásia se os tumores estiverem claramente impedindo o animal de comer ou beber. Caso contrário, a natureza deve seguir seu curso. Apesar de a doença não ser transmissível aos humanos, o CPW aconselha evitar qualquer contato com coelhos infectados.

O mítico jackalope — uma lenda americana — acredita-se que tenha se originado de coelhos infectados com CRPV

O mítico jackalope — uma lenda americana — acredita-se que tenha se originado de coelhos infectados com CRPV

Essa aparência bizarra inevitavelmente traz à mente uma famosa lenda norte-americana: o jackalope. O jackalope é uma criatura folclórica, descrita como um coelho com chifres de antílope. Durante décadas, foi tratado apenas como uma fantasia, uma história divertida contada em regiões como o Oeste americano.

A descoberta do vírus de Shope, no entanto, lança uma nova luz sobre esse mito. O vírus foi identificado cientificamente em 1933, no Meio-Oeste americano, pelo pesquisador Richard E. Shope. A semelhança entre os coelhos infectados e as representações do jackalope é impressionante.

A surpresa foi grande para a pesquisadora Suzanne Peurach, do US Geological Survey Patuxent Wildlife Research Centre. Ao examinar um espécime preservado de um coelho com esses tumores, ela teve dificuldade em acreditar no que via. Ela estava acostumada com os falsos jackalopes, feitos por taxidermistas que costuravam chifres de veado em coelhos empalhados.

Aquele coelho, no entanto, era diferente. Os “chifres” eram reais, parte de seu próprio corpo deformado pela doença. Era uma prova biológica de que a inspiração para a lenda do jackalope pode ter raízes em um fenômeno natural e triste. A aparência monstruosa não era invenção, mas sim o resultado de um vírus que causa sofrimento real e impacta profundamente a vida desses animais. O mito, afinal, tinha um fundo de verdade patológica.

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