
Agosto é um mês especial para quem trabalha com saúde e para todos que compreendem a importância do cuidado com o corpo e com a mente. Neste mês, comemoramos duas datas significativas: o Dia Nacional da Saúde (5 de agosto) e o Dia do Cardiologista (14 de agosto).
Essas datas não apenas homenageiam os profissionais da área, mas também servem como convite à reflexão sobre nossos hábitos de vida e o papel da medicina na promoção de bem-estar.
Como cardiologista, vejo diariamente como as decisões que tomamos ao longo da vida impactam diretamente no coração — tanto no sentido literal quanto figurado. A saúde cardiovascular, embora influenciada por fatores genéticos, é profundamente moldada pelo estilo de vida: alimentação, atividade física, qualidade do sono, controle do estresse e, claro, o acompanhamento médico regular.
A importância do Dia Nacional da Saúde
O Dia Nacional da Saúde foi criado em homenagem ao nascimento de Oswaldo Cruz, médico e sanitarista que teve papel fundamental no combate às epidemias no Brasil. Mais do que lembrar a trajetória de um pioneiro, a data ressalta o valor da prevenção. E prevenção é, sem dúvida, um dos pilares do trabalho do cardiologista.
Infelizmente, ainda é comum que muitas pessoas só procurem o cardiologista quando já apresentam sintomas: dor no peito, falta de ar, desmaio, cansaço ou palpitações.
O trabalho do especialista em cardiologia, no entanto, é muito mais amplo do que apenas tratar doenças — ele está fortemente ligado à educação em saúde e à promoção de hábitos que evitem o surgimento de problemas como hipertensão, infarto, insuficiência cardíaca e arritmias.
Dia do Cardiologista: mais do que tratar, é cuidar
O Dia do Cardiologista, que foi celebrado em 14 de agosto, foi instituído pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) com o objetivo de valorizar a atuação do médico que se dedica ao diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças do coração e vasos.
Ao longo dos anos, a cardiologia se tornou uma das especialidades médicas mais complexas e desafiadoras. Com os avanços da medicina, passamos a dispor de ferramentas diagnósticas sofisticadas, medicamentos mais eficazes e procedimentos minimamente invasivos que transformaram a realidade dos pacientes.
Apesar da tecnologia, todavia, o coração do nosso trabalho continua sendo o paciente como um todo. Cuidar do coração não se resume a interpretar exames ou prescrever remédios. Envolve escuta atenta, empatia, orientação personalizada e construção de vínculo. E
m muitos casos, o cardiologista é o profissional que acompanha o paciente por décadas — orientando, prevenindo e, quando necessário, intervindo para garantir mais saúde e qualidade de vida.
Prevenção: o elo entre as duas datas
O ponto de encontro entre essas duas datas comemorativas é a prevenção. Estudos demonstram que até 80% das doenças cardiovasculares podem ser evitadas com mudanças simples de comportamento: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, controle do colesterol e da pressão arterial, abandono do cigarro e redução do estresse.
O cardiologista tem papel fundamental na orientação dessas escolhas. Em consultas de rotina, é possível identificar riscos precoces, planejar estratégias de cuidado e motivar o paciente a seguir um caminho mais saudável. Cada conversa sobre sedentarismo, cada ajuste em uma prescrição, cada incentivo à mudança de hábito tem impacto direto no que mais importa: preservar a vida.
A saúde como construção contínua
Tanto o Dia Nacional da Saúde quanto o Dia do Cardiologista nos lembram que saúde é algo que se constrói no dia a dia. Não é possível dissociar o bem-estar físico da saúde emocional, social e mental. O coração, inclusive, é bastante sensível às emoções — ansiedade, estresse e depressão estão fortemente relacionados a doenças cardíacas.
Por isso, o cuidado com a saúde deve ser integral. Procurar o cardiologista não é apenas para quem está doente ou já teve problemas. É um passo importante para quem quer viver mais e melhor, com energia, disposição e autonomia.
Uma mensagem final
Agosto nos oferece a oportunidade de olhar para a saúde de forma mais consciente. É um lembrete de que o cuidado com o corpo, especialmente com o coração, começa bem antes da dor — começa na escolha de se colocar como prioridade, de fazer exames periódicos, de se mover, de se alimentar melhor e de buscar apoio profissional quando necessário.
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Como cardiologista, celebro este mês com entusiasmo e responsabilidade. Reafirmo meu compromisso com cada paciente e com a missão de transformar conhecimento em ação. Que o Dia da Saúde e o Dia do Cardiologista inspirem mais pessoas a cuidarem de si, porque a saúde não é tudo, mas sem ela, todo o resto perde o valor.