Auditor fiscal suspeito de fraude preso com R$ 330 mil é transferido para o ‘presídio dos famosos’ em Tremembé


Auditor fiscal detido com R$ 330 mil em apartamento é transferido para o ‘presídio dos famosos’ em Tremembé
Foto 1: Divulgação | Foto 2: Laurene Santos/TV Vanguarda
O auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, que foi preso suspeito de ter envolvimento em um esquema de fraude tributária, foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé, local conhecido como o ‘presídio dos famosos’, nesta sexta-feira (15).
Marcelo foi detido na última terça-feira (12) em São José dos Campos (SP), durante uma operação do Ministério Público de SP (MP-SP) que investiga um esquema de fraude tributária na Secretaria de Estado da Fazenda. A operação é a mesma que também prendeu o dono e fundador da Ultrafarma, Sidney OIiveira.
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Marcelo, que inicialmente era alvo apenas de busca e apreensão, foi preso após o MP encontrar R$ 330 mil, cerca de US$ 10 mil e € 600 em espécie no apartamento dele. Além disso, foram apreendidos três celulares, 10 pen drives, seis notebooks e um computador.
O g1 apurou que a transferência de Marcelo para Tremembé ocorreu por volta das 18h desta sexta-feira (15). A Penitenciária 2 costuma receber presos famosos ou envolvidos em crimes de grande repercussão nacional e que se estivessem em outro presídio correriam risco de vida.
O ex-jogador de futebol Robinho, que cumpre pena por estupro; o empresário Thiago Brennand, que foi condenado em três processos de violência contra a mulher; e o ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 100 anos de prisão por estuprar pacientes, são alguns dos detentos famosos que cumprem pena na P2 de Tremembé – veja a lista completa.
Nesta semana, o g1 revelou com exclusividade que o governo de SP vai fazer a transferência dos presos famosos para Potim (SP) e que haverá uma alteração no perfil dos detentos que vão passar a cumprir pena na P2 de Tremembé. Todo o processo deve ser finalizado até o fim de novembro – leia mais clicando aqui.
O g1 tenta contato com a defesa de Marcelo. A reportagem será atualizada se houver uma posição.
O g1 também acionou a Secretaria de Administração Penitenciária sobre o caso e aguarda retorno.
Operação contra fraude tributária prende auditor fiscal em São José
Como era o esquema
De acordo com a investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o auditor preso manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.
Em contrapartida, ele recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe.
Segundo o Ministério Público, a operação é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça.
Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Em nota, a Secretaria de Estado da Fazenda informou que acabou “de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido” e que solicitou formalmente ao MP compartilhamento das informações. Abaixo, leia a íntegra da nota da Secretaria da Fazenda:
“A Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação do Ministério Público por meio da sua Corregedoria da Fiscalização Tributária (Corfisp).
Enquanto integrante do CIRA-SP – Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos – e diversos grupos especiais de apuração, a Sefaz-SP tem atuado em diversas frentes e operações no combate à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e ilícitos contra a ordem tributária, em conjunto com os órgãos que deflagraram operação na data de hoje.
Além disso, a Sefaz-SP informa que acaba de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao Ministério Público do Estado de São Paulo o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso.
A administração fazendária reitera seu compromisso com os valores éticos e justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionadas ao tema.”
Dono da Ultrafarma é preso em operação em São Paulo
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