
Funcionários das escolas de Santos, SP, receberão capacitação para eliminar criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Divulgação/Prefeitura de Santos
A Prefeitura de Santos, no litoral de São Paulo, vai formar uma brigada especializada no combate ao mosquito Aedes aegypti com funcionários das escolas da cidade. Os profissionais serão treinados para realizar vistorias e eliminar criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A iniciativa integra o Programa Saúde na Escola (PSE), que reúne equipes das secretarias municipais de Saúde e Educação, com apoio da Diretoria de Ensino de Santos. O objetivo é capacitar servidores para atuarem diretamente no combate à dengue dentro das unidades escolares.
O treinamento será conduzido pelo Centro de Controle de Zoonoses e Vetores de Santos, responsável por orientar e acompanhar o trabalho dos brigadistas. A capacitação tem início na segunda-feira (18), seguindo este cronograma:
Dia 18 (segunda-feira): E.E. Neves Prado Monteiro
Dia 19 (terça-feira): E.E. Visconde de São Leopoldo
Dia 22 (sexta-feira): E.E. Suetônio Bittencourt
Dia 25 (segunda-feira): E.E. Deputado Emílio Justo
Para o secretário de Saúde, Fábio Lopez, o combate à dengue deve mobilizar a sociedade. “Ao formar estes brigadistas, estaremos sensibilizando comunidades escolares inteiras e conscientizando, indiretamente, os alunos”, afirmou, em nota divulgada pela prefeitura.
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Sistema digital
As novas equipes também serão instruídas por agentes de combate a endemias e integrantes do grupo de Informação, Educação e Comunicação (IEC) sobre o uso do Sigelu, um sistema do governo federal para registro das ações de enfrentamento ao mosquito.
As vistorias deverão ser realizadas semanalmente, tempo necessário para impedir a conclusão do ciclo de reprodução do mosquito e enviadas, em tempo real, no sistema, por meio do aplicativo Combate Aedes, disponível para celulares e tablets, ou pela versão web em computadores.
Combate nas escolas
Segundo Ana Paula Valeiras, diretora de Vigilância em Saúde de Santos, as escolas da cidade já são cadastradas como imóveis especiais e recebem visitas mensais dos agentes de combate a endemias. Com a atuação dos servidores capacitados, as ações de prevenção serão intensificadas e terão maior alcance.
“Esse trabalho continuará, porém com os brigadistas será muito mais rápido agir em situações de risco para o acúmulo de água, por exemplo, entre outras situações que podem ser observadas na rotina e que demandem algum serviço de limpeza, como uma calha entupida”, explicou.
Vacinação
A prefeitura destacou outras formas de prevenção, como a vacina contra a dengue que segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Até o momento, 26,08% do público-alvo completou o esquema vacinal. Somente com as duas doses a pessoa está devidamente protegida. Quanto mais pessoas estiverem vacinadas, menos o vírus circulará na cidade.
Como funciona a transmissão?
As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim, surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito.
Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.
Ciclo de transmissão do vírus da dengue
BBC
Estratégias de combate ao Aedes aegypti
Casa a Casa – programa de visitação de rotina aos imóveis;
Mutirão – varredura realizada semanalmente em algum bairro da cidade;
Nebulização – aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta;
Armadilhas – Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local;
Acompanhamento epidemiológico – notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica;
Atividades Educativas – atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios;
Visitas a imóveis especiais e pontos estratégicos – Locais visitados mensalmente como escolas, hotéis, shopping centers (imóveis especiais) e borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras (pontos estratégicos com mais risco de criadouros);
Monitoramento com drones – Utilizado em locais de difícil acesso.
Drone auxilia no combate à dengue em Santos, SP
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