
Uma nova frente de batalha cultural se abre em Washington D.C., com o foco voltado para uma das instituições mais veneradas do país: o Smithsonian. O presidente Donald Trump iniciou uma campanha pública contra o conjunto de museus, acusando-o de promover uma visão negativa e divisiva da história dos Estados Unidos.
O centro do conflito é uma ordem executiva assinada por Trump em março, intitulada “restaurar a verdade e a sanidade à história americana”. O documento orienta a “restauração de parques, monumentos, memoriais, estátuas e marcos federais”. Seu objetivo declarado é garantir que o Smithsonian e outras instituições “celebrem a história e a grandeza da América”.
A ofensiva não parou no papel. Apenas alguns dias atrás, a Casa Branca ordenou uma revisão interna profunda de diversas exposições em oito museus espalhados pelo país. Esta ação ocorre cinco meses após a administração Trump ter assumido o controle direto da comunicação do grupo museológico. Os alvos específicos incluem instituições de renome como o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, o Museu Nacional de História Natural e o Museu de Arte Americana Smithsonian.
A justificativa para a revisão foi explicitada em uma carta enviada ao secretário da instituição, Lonnie Bunch. O documento afirma que a iniciativa visa garantir que as exposições “celebrem o excepcionalismo americano, removam narrativas divisivas ou partidárias e restaurem a confiança em nossas instituições culturais compartilhadas”. A meta é examinar minuciosamente desde as comunicações internas até pesquisas com visitantes, o conteúdo exibido e parcerias externas.
Trump expressou sua insatisfação pessoalmente em uma publicação em sua rede social, Truth Social. Ele classificou os museus de Washington e de todo o país como “o último segmento remanescente do ‘woke’”. Em seu texto, o presidente afirmou que a instituição está “FORA DE CONTROLE”, focando excessivamente em aspectos negativos. Ele criticou a ênfase dada à escravidão e à suposta falta de destaque para as conquistas de grupos oprimidos, argumentando que as exibições ignoram histórias de sucesso, otimismo e futuro.
Sua mensagem foi direta: “Este país não pode ser WOKE, porque WOKE ESTÁ QUEBRADO. Temos o país ‘MAIS QUENTE’ do mundo, e queremos que as pessoas falem sobre isso, inclusive em nossos museus”. Ele também informou que instruiu seus advogados a investigarem os museus, seguindo um processo semelhante ao que foi aplicado em universidades.
A ordem executiva do presidente vai além, acusando formalmente a Instituição Smithsonian de ter sucumbido a uma “ideologia divisiva e centrada em raça”. O texto oficial alega que essa influência promove narrativas que retratam os valores americanos e ocidentais como intrinsecamente opressores e prejudiciais. O documento defende que os museus da capital nacional devem ser locais de aprendizado, e não de “doutrinação ideológica ou narrativas divisivas que distorcem nossa história compartilhada”.
Em resposta, o Smithsonian se defendeu, reafirmando seus princípios fundamentais. A instituição declarou que seu “trabalho está fundamentado em um profundo compromisso com a excelência acadêmica, pesquisas rigorosas e a apresentação factual e precisa da história”. Em um comunicado, a administração do museu afirmou que está “analisando a carta com esse compromisso em mente” e que pretende “continuar colaborando de forma construtiva com a Casa Branca, o Congresso e nosso Conselho de Regentes”.
O desfecho desta revisão ordenada pela presidência e sua implementação prática ainda são aguardados. O embate coloca em jogo a narrativa sobre a história nacional que será apresentada aos milhões de visitantes anuais dos museus Smithsonian.
Esse Trump reclama que museus estão “fora de controle” por discutirem “como a escravidão foi ruim” foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.